Como (não) escolher um whisky – Do Storytelling

Este, talvez, seja o post mais metalinguístico já escrito neste blog. Há alguns anos, uma marca conhecida de sorvetes recebeu um puxão de orelha abstrato por conta da história estampada em suas embalagens. História que, para usar um eufemismo, eram uma versão alternativa da verdade, com personagens fictícios. Tipo aqueles filmes como Rain Man e American Hustle – que aconteceram mais ou menos daquele jeito, mas com gente mais feia. Só, que no caso da tal fabricante de picolés, não tinha a Amy Adams e o Tom Cruise. Enfim, aconteceu que, após a revelação de haver poucos pontos de tangência entre a realidade e a história do antepassado do fundador, a empresa achou melhor tirá-la do ar. Apagou a memória do velhinho que jamais existiu, deu uma explicação semelhante àquela que minha filha quando tenta explicar por que não fez a lição de casa e seguiu em frente. Mas, do caso, extrai-se uma lição óbvia – contar uma história, de preferência uma com lampejos de verdade, é importante. E não só com picolés. Em tudo, na verdade. Quando enrolo você, querido leitor, por três breves parágrafos com algum assunto aleatório antes de falar sobre determinado whisky, quero, na verdade, afinar […]