Chivas Regal Mizunara – Tentáculos

O Japão. Uma nação tão bizarramente fascinante quanto fascinantemente bizarra. Por muitos séculos, especialmente por se tratar de um país insular, o Japão desenvolveu sua cultura com pouquíssima influência exterior. E daí surgiram uma porção de coisas mesmerizantes, como palácios, culinária, samurais e trens que chegam a trezentos quilômetros por hora. E apareceram também algumas coisas bem esquisitas. O Japão, aliás, tem uma tolerância incrível ao esquisito. Por exemplo, melancias quadradas. Lojas de abraço. Privadas que tocam música. Gente usando orelhas de gato – aliás, uma obsessão incompreensível por felinos, que talvez só seja superada em sua inexplicabilidade pela adorada pornografia com tentáculos. Se vocês duvidam de mim, basta googlar. Ou melhor, não façam isso não. Dados nunca morrem. Daqui […]

Royal Salute Olfactory Studio – Barnabé Fillion

Você encontraria relação entre um drink feito com a rosa real, um meteorito e três incríveis whiskies da Royal Salute, todos com no mínimo 21 anos? Bem, esta foi a experiência deste Cão Engarrafado da última quinta-feira em São Paulo, no Estúdio Olfativo (olfactory Studio) de Barnabé Fillion. Barnabé é conselheiro criativo da Royal Salute e perfumista por trás de algumas das mais famosas fragrâncias da Paul Smith, Aesop e Hermès. A ideia do Estúdio Olfativo parece até desconcertante, mas é executada de uma forma belíssima. “a jornada explora uma paleta de sensações – pelo toque de objetos lendários, a visão de cores que expressam as mais sinceras sensações, o aroma de essências de flores raras destinadas à elite do […]

Tipperary – Passaportes

O Jean Reno não é francês. Quer dizer, ele é francês, mas é o ator mais essencialmente francês menos francês que eu conheço. Seu nome verdadeiro é Juan Moreno y Herrera-Jimenez. Seus pais eram espanhóis. Quando o pequeno Jean nasceu, o casal vivia em Casablanca, no Marrocos – na época que o país ainda era um protetorado da França. O que o torna francês, tecnicamente falando. E apesar da ascendência espanhola, é difícil imaginar um ator que represente melhor alnguém nascido na terra do queijo e vinho. Talvez Gérard Depardieu, Alain Delon ou Vincent Cassel. Pensando bem, não. Pra ser mais francês do que o Jean Reno, tem que ser o Gérard Depardieu vestido de Obélix, segurando aquele terrier que […]

Royal Salute Snow Polo Edition – Sofisticação galopante

Corrida de pombos. Se você me perguntasse qual um dos esportes preferidos da família real inglesa, eu jamais diria corrida de pombos. Mas de acordo com a revista Vogue, a atividade é apreciada pela realeza desde 1886, quando o rei Leopoldo II da Bélgica os presenteou com algumas dessas (nem tão) galantes e velozes aves. O que me intriga é que tal trufe seja considerada um esporte. Afinal, o único que se esforça é o pombo. Mas a família real inglesa também pratica outros esportes, diremos assim, menos sedentários. Como, por exemplo, o Rugby, jogado pelos príncipes William e Harry; e o esqui na neve, favorito de Charles. Porém, talvez, o jogo mais essencialmente real – que mais encapsule a […]

Arran Machrie Moor – O Cão Defumado

Tendo nascido numa época que predatava o uso indiscriminado da internet, vi minha infância afligida por muitas dúvidas de grande relevância. Uma delas – que me atormentava toda vez que tomava café da manhã – era: quem, afinal, estava representado na caixa da farinha Quaker? E outra indagação ainda mais angustiante, mas da mesma natureza: quem era o simpático velhinho do luminoso do KFC? Se pudesse pesquisar essas coisas online, seria fácil. Saberia que o distinto senhor do frango frito é o Coronel Sanders, importante personagem da história norte-americana. E que o – tampouco jovem – homem da farinha de aveia Quaker é, na realidade, ninguém. Ele fora desenhado de acordo com a fé dos Quaker, para representar os valores […]

Drops – Ardbeg Twenty One

Uma Lamborghini. A imagem que me veio à mente imediatamente ao provar o belíssimo Ardbeg 21 (Twenty One) foi uma Lamborghini. Um automóvel com acabamento luxuoso, com materiais faustosos, todos milimetricamente encaixados, costurados, colados. Algo cuja delicadeza no feitio contrasta diametralmente com sua performance – que poderia ser definida como selvagem. Há, no Ardbeg Twenty One, uma certa sofisticação selvagem. Uma elegante exorbitância. Algo bem diferente de outros rótulos da destilaria. Ao contrário do queridíssimo Corryvreckan e Uigedail, a selvageria no Ardbeg Twenty One parece incrivelmente contida. Ela está lá, latente, você sabe que ela está lá, mas não transparece tanto. É algo subliminar. O Ardbeg Twenty One não sofre filtragem a frio. A garrafa não deixa claro se corante […]