Glenlivet Code – Spoiler

Cã para mim, na farmácia. Você não vai comprar os Cotonetes? Claro que vou, olha aqui. Mas isso não são Cotonetes. Olhei intrigado, talvez por não ter notado o cê maiúsculo próprio da marca na frase falada. Não são Cotonetes, são hastes flexíveis genéricas, será que são tão boas quanto? Expirei de insatisfação. Olha, são palitinhos com algodão na ponta, acho que meu ouvido não é muito discriminatório em relação a marca das coisas que eu enfio nele. Pode parecer uma discussão boba, mas não é. A marca de um produto influencia diretamente em como o percebemos. Recentemente a Nielsen, empresa especializada em estudar o comportamento de consumidores, fez uma descoberta interessantíssima. Seis em aproximadamente dez consumidores preferem comprar novos […]

Kilchoman Port Cask Matured (2018)

Uma vez, contei a vocês como me apaixonei à segunda vista pela incrível Bowmore. O que não contei é que, na mesma viagem, me desiludi com uma destilaria que antes nutria altas expectativas. A Kilchoman – na data de minha viagem, a menor, mais jovem e mais promissora destilaria da ilha de Islay, famosa por seus whiskies enfumaçados. Não que tenha detestado o lugar. Longe disso. Considerando seu tamanho e juventude, a Kilchoman se saía muito bem. Mas a comparação, talvez injusta de certo ponto de vista, com algumas de suas vizinhas, como Bruichladdich e Bowmore, à deixava em desvantagem. Não havia nada de errado com os maltes da Kilchoman. Mas, minha impressão, é que não havia nada de extraordinário […]

De onde vem o sabor defumado do whisky

Tenho umas memórias engraçadas de quando era criança. Como certa vez, que disse pro meu pai que queria andar de trem, e ele me levou num vagão da antiga FEPASA lotado no horário do rush. Nunca mais pedi pra andar de trem na vida. Mas hoje, estranhamente, adoro. Teve outra vez que disse que queria comer peixe. Aí ele aproveitou a oportunidade, e me levou num restaurante bem chique, daqueles que demoram duas horas. E aquilo poderia ter sido outra experiência traumática – ou talvez simplesmente fadada ao oblívio – não fosse o prato que, sem querer, escolhi. Um gratinado de hadoque defumado. Tenho que confessar aqui que não foi pelo hadoque. Foi pelo gratinado. Na lógica do meu eu […]

Johnnie Walker A Song of Ice and Fire

Foram oito anos. Oito anos de conspirações, assassinatos, incesto, dragões, garrafinhas de água e café roubando a cena, gente que não sabia de nada, e gente que bebia e sabia das coisas. Setenta e três episódios de expectativa e teorias malucas. Mais de sessenta horas de antecipação para descobrir quem sentaria na cadeira mais desconfortável do universo. Eu nem preciso dizer do que estou falando. Você já deduziu – Game of Thrones. E – pule este parágrafo se você não quiser um spoiler – quando finalmente descobrimos, veio a decepção. Eu sei que nas temporadas anteriores a Daenarys lentamente flertava com a loucura. Mas ficar mais doida que a Caipora e transformar King’s Landing em um enorme churrasco não é […]

Entrevista com Malcolm Borwick – Embaixador mundial de Royal Salute

Seis graus de separação. Segundo uma teoria criada pelo escritor Frigyes Karinthy em 1929, qualquer pessoa no planeta poderá se conectar com outra por meio de uma corrente de, no máximo, cinco intermediários. Por exemplo, o maluco do Kim Jong-un . Eu provavelmente tenho um amigo, que conhece uma pessoa, que tem um conhecido, que tem relação com algum doido que é amigo do Kim. Quando fui apresentado para essa teoria, desconfiei. São apenas cinco pessoas, no máximo, que igualmente me separam de figuras como o Dalai Lama, Ozzy Osbourne e aquele chef arabe maluco do salzinho? E mais surreal ainda, com apenas cinco pessoas, há um contato entre eu – um Cão apaixonado por whiskies – e a realeza […]