Sobre as novas regras do whisky Japonês

Portugal e Japão possuem uma ligação muito mais profunda do que se imagina. Os portugueses foram o primeiro povo ocidental a ter contato e travar relações comerciais com os japoneses. E como qualquer contato, dali surgiram curiosas influências para os dois lados. Os portugueseses herdaram algumas palavras do vocabulário nipônico, como, por exemplo, catana e biombo. Já os japoneses passaram a utilizar uma série de palavras de origem portuguesa, adaptadas para a sonoridade de sua língua. Por exemplo, pan, koppu, tabako e arkoru – que seu poder de dedução etimológico já deve ter indicado que são respectivamente pão, copo, tabaco e álcool. Aliás, uma combinação de palavras que demonstrava que havia também certa afinidade entre as culturas quando o assunto era estabelecer prioridades e se divertir. Na verdade, a cultura japonesa possui uma característica belíssima. Essa, de incorporar elementos de outras culturas, e transmutá-las em algo essencialmente japonês. O Tempurá – sim, a fritura – é um exemplo. Os japoneses não conheciam a técnica até a chegada dos portugueses. E, claro, o whisky. O Whisky no Japão possui aproximadamente um século de idade. A técnica foi aprendida com os escoceses, mas o líquido japonês já possui uma identidade toda própria. […]

Inu Engarrafado – Suntory Kakubin Yellow Label

Existem meses do ano que são mais difíceis que outros. Para mim, o pior, de longe, é junho. Há uma conjunção de eventos em junho que – em detrimento de minha saúde financeira – ocorrem todo ano. Em junho é o aniversário da minha melhor parte, a querida “Cã” Engarrafada. E do pai dela. E da mãe dela. E do meu pai. E como se tudo isso não bastasse, é também o mês do dia dos namorados. E apesar de ser casado já há alguns anos, não arrisco olvidar da data. Por conta disso, junho é um mês em que o orçamento alcoólico deste Cão fica seriamente prejudicado. Mas isso não é motivo para pânico. Desespero não leva a lugar nenhum. O ser humano – e o canino – deve crescer na presença da adversidade. Adaptar-se. É como dizem por aí, se a vida te dá limões, faça um “whisky sour”. Então se prepare. Minha insolvência será sua salvação. Este é o primeiro de uma série de três posts de utilidade pública. Falarei sobre três whiskies abaixo de R$ 100,00 (cem reais) que valem a pena. O primeiro deles não é um whisky óbvio. E está na borderline de nosso […]