Do Reconhecimento – Jack Daniel’s Gentleman Jack

Se você não se tornou famoso ainda, não se preocupe. Talvez isso aconteça mesmo só depois de morrer. Foi assim com Van Gogh, Edgar Allan Poe, Kafka, El Greco e Galileo Galilei. A distância – no caso, o tempo – nos permite enxergar com mais clareza a grandeza destas pessoas que, infelizmente, não puderam colher os louros de seus prolíficos trabalhos. E neste enorme rol de injustiçados pela sociedade e vingados pela história, está Bach. Johann Sebastian Bach, conhecido por alguns como um dos maiores compositores de todos os tempos e por outros como o cara que fez a música do comercial daquela operadora, nunca recebeu o devido reconhecimento em vida. Foi só no século dezenove – ou seja, uns cinquenta anos após sua morte – que sua música foi revivida e alcançou a fama. Certa vez Bach teria se candidatado ao posto de diretor de canto e música em Leipzig, mas somente foi aceito após outros dois candidatos – claramente preferidos pelo conselho da cidade – terem rejeitado a indicação. No melhor estilo barroco de “é o que tem para hoje”, o conselho o considerou uma alternativa razoável, dadas as circunstâncias. E nem o mundo do whisk(e)y está a salvo […]

O Cãoboy Sofisticado – Jack Daniel’s Sinatra Select

Vou contar uma coisa para vocês. Uma coisa que talvez muitos leitores já tenham concluído. Ter filho é uma delícia. O nascimento da Cãzinha foi, sem nenhuma sombra de dúvida, a melhor coisa que já aconteceu comigo. Uma distante segunda coisa foi o dia que tomei Lagavulin pela primeira vez. Ah, e quando me casei com a Cã. Quando me casei com a Cã, claro. Do tempo que estou com a Cãzinha, noventa por cento é como voar de robe de chambres entre as nuvens, olhando as poéticas luzes da cidade abaixo de mim. Tipo aquela viagem do Grande Lebowski. A sensação é de completude absoluta. Mas existem os outros dez por cento. Dez por cento em que eu preferia estar sendo esfolado por uma esmeriladeira. Nesses dez por cento, estão os momentos em que ela se alivia na banheira, come a pipoca bicada pelo pombo que estava na sarjeta, lambe a mesa imunda da lanchonete ou enfia a chupeta na boca da amiguinha doente, para depois sorvê-la como se degustasse uma iguaria. E quando ela assiste a Galinha Pintadinha. Olha, eu não tenho nada contra a Galinha Pintadinha. Pra falar a verdade, o desenho é mais ou menos bem […]