Arran Machrie Moor – O Cão Defumado

Tendo nascido numa época que predatava o uso indiscriminado da internet, vi minha infância afligida por muitas dúvidas de grande relevância. Uma delas – que me atormentava toda vez que tomava café da manhã – era: quem, afinal, estava representado na caixa da farinha Quaker? E outra indagação ainda mais angustiante, mas da mesma natureza: quem era o simpático velhinho do luminoso do KFC? Se pudesse pesquisar essas coisas online, seria fácil. Saberia que o distinto senhor do frango frito é o Coronel Sanders, importante personagem da história norte-americana. E que o – tampouco jovem – homem da farinha de aveia Quaker é, na realidade, ninguém. Ele fora desenhado de acordo com a fé dos Quaker, para representar os valores de honestidade, integridade, pureza e força. Todo esse conhecimento estaria na ponta de meus dedos, bastasse uma rápida pesquisa pela Internet. Mas não. Tive que esperar a democratização da tecnologia para aplacar minha aflição indagatória. Recentemente me vi mais uma vez curioso sobre a embalagem de algo. Desta vez, um whisky. O Machrie Moor, expressão defumada da destilaria Arran, localizada na ilha homônima. É que o whisky possui um simpático cão ilustrado em seu rótulo. Uma imagem bonita, mas que […]

Relevância – Arran Machrie Moor Cask Strength

A cobertura jornalística de alguns veículos é fascinante. Desde que o Caetano Veloso parou o carro no Leblon, me deslumbro com a relevância de algumas notícias. Como, por exemplo, da galinha que sobreviveu a um incêndio no Acre, e foi rebatizada de Fênix. Mas acho que a que mais me enfeitiçou recentemente foi de um rapaz que foi hospitalizado após comer uma pimenta – talvez por conta de meu interesse gastronômico em condimentos. A pimenta pivô do quase trágico acidente é a Carolina Reaper. Ela foi criada pelo californiano Ed Currie, proprietário de uma companhia com um nome bem sugestivo: Pucker Butt Pepper Company – numa tradução esdrúxula, Cia. de Pimentas Bunda Enrugada. Algo que, suspeito, tenha algo a ver com o processo, diremos assim, pós-digestivo da Carolina Reaper. A tal pimenta é considerada desde 2013 a mais forte do mundo pelo Guiness. Algumas delas chegam a dois milhões e duzentas unidades de Scoville (SHU) – escala usada para medir a picância destes belos frutos. Para você ter uma ideia, aquele Tabasco tradicional que você tem em casa mede de 2.500 a 5.000 SHU. E aquela habanero, que você acha super ardida e pinga só uma gotinha, como se temperasse […]