Sobre whisky, vinho, barris e procedência

Oloroso, PX, Fino. Vinho tinto, branco, francês. Bourbon whiskey. Não importa se você é um bebedor de whisky experiente, ou começou agora a achar – equivocadamente – que single malts são melhores que blends. Certamente já viu estampado em algum rótulo expressões como esta. Elas indicam, de uma forma meio lacônica, de onde vieram os barris que maturaram aquele whisky. Isso é importante. Algumas marcas afirmam que mais de 70% dos sabores da bebida vêm da maturação. E o indrink, como é conhecida a bebida que antes maturou nos barris usados pelo whisky, é parte importante disso. Afinal, boa parte da riqueza sensorial vem dessa bebida. O curioso, entretanto, é que poucas marcas divulgam detalhes sobre a proveniência de seus barris. Preferem usar termos genéricos, como, por exemplo, ex-bourbon. Ou ex-jerez. Mas nem todos os whiskeys americanos e vinhos fortificados espanhóis são criados igualmente. Aliás, nenhuma bebida é. E isso fica evidente ao experimentar whiskies diferentes, mas com algo em comum. Um dos melhores exemplos – e que tive o privilégio de experimentar recentemente, foram Benromach Chateau Cissac & Sassicaia. Benromach Chateau Cissac & Sassicaia. Benromach Sassicaia e Chateau Cicssac fazem parte da série de Wood Finishes de 2011, lançados […]

Aberlour 14 anos Double Cask Matured

Cremona, janeiro de 2019. Café Chiave de Bacco. No salão, outrora preenchido por ruídos e vozes, ouve-se apenas sussurros. O lugar está cheio, mas todos os clientes falam baixo, como se qualquer barulho pudesse atrair monstros capazes de devorá-los. A barista Florencia Rastelli esbarra em uma xícara, que se espatifa num quase ensurdecedor tilintar. Todos, pávidos, congelam por alguns segundos. Parece cena de uma versão italiana de Birdcage. Mas, é a vida real. É que Cremona é conhecida por ter sido o lar de grandes luthiers dos séculos dezesseis e dezessete – os artesãos especializados em criar os mais incríveis instrumentos de corda. Nomes como Stradivari e Guarnieri del Gesu. Seus violinos, violas e violoncelos são conhecidos como a perfeição em engenharia de som. Mas, mesmo a perfeição é efêmera. E os instrumentos, ainda que preservados, não duram para sempre. Por conta disso, Leonardo Tedeschi, ex DJ, propôs à cidade um projeto igualmente perfeccionista – mas imediatamente aceito. Gravar, em um auditório, em silêncio total, alguns destes instrumentos. Foram empregados mais de trinta microfones tão sensíveis que conseguiam até mesmo captar a porta de um carro sendo fechada no exterior do auditório. Assim, para que o projeto tivesse sucesso, todo […]

Lamas Caledonia III – Trilogia

Um homem, um prédio, um monte de terroristas. Parece a receita para um filme desastroso. Mas, é o início de uma das trilogias mais famosas do cinema de Hollywood – Duro de Matar (Die Hard). Se você discorda, apenas lembre-se que, antes de Duro de Matar, Bruce Willis não tinha ido muito além de Uma Gata e um Rato. O filme é uma tempestade perfeita – um vilão incrível e um anti-herói de regata, num longa que combina perfeitamente ação e suspense. O segundo não fica atrás. Parece até que a ideia é tão ruim, mas tão ruim, que dá a volta inteira e fica boa. A sequência, que acontece num aeroporto, consegue manter o sarrafo bem alto. E o terceiro e derradeiro é ainda mais megalomaníaco. O problema é ampliado para uma cidade inteira e envolve o Samuel L. Jackson. E a gente sabe que quando o Samuel L. Jackson aparece, o caso é complicado. Trilogias são difíceis. Criar o primeiro sucesso é complicado. Mas, na verdade, o terceiro é tão difícil quanto. As expectativas devem ser não apenas atendidas como superadas. E não dá pra ser mais do mesmo. E é nisso que Die Hard funciona super bem […]