Chivas 25 anos – Arquitetura Orgânica

“Menos é mais somente quando mais é demais“. A máxima, quase um trava-línguas, é de Frank Lloyd Wright, e uma provocação a Mies van der Rohe e a Bauhaus. O renomado arquiteto acreditava que a forma deveria acompanhar a função. Wright também dizia que cada projeto deveria ser individual, de acordo com sua localização e sua finalidade. As edificações projetadas por Wright são sofisticadas e belas, mas de uma sofisticação orgânica, quase natural. É como se fizessem parte do ambiente, e dele tivessem nascido e evoluído. Uma de suas obras mais célebres é o museu Guggenheim, em Nova Iorque. Ele foi projetado e construído entre 1943 e 1959 – seis meses após o falecimento de Wright. Linhas infrequentemente retas e uma rampa que lhe serve de espinha dorsal – e que também permite que o visitante vá, aos poucos, experimentando e descobrindo o prédio – o fazem incrivelmente impactante.  Até hoje o Guggenheim continua como um dos mais expressivos prédios da metrópole, ao mesmo tempo orgânico e impactante para sua localização. Se fosse um whisky, o museu Guggenheim provavelmente seria o Chivas Regal 25 anos. Sofisticado, mas ao mesmo tempo equilibrado e harmônico. E, assim como o museu, com seus […]

Dewar’s 25 – Sobre a Passagem do Tempo

    Tenho pensado bastante sobre o tempo. Não o calor, frio e a chuva, porque  todo mundo sabe que esse tempo é doido, e às vezes faz frio de manhã, calor a tarde e chove a noite, e a gente sai com um guarda roupa de coisa que nem vai usar. Não me refiro a este tempo. Me refiro à passagem de segundos, minutos, horas, dias, meses e anos. Àquele tempo, tema da famosa refutação de Borges. A essência da qual somos feitos, do rio que me arrebata, do tigre que me devora, da quarta dimensão. Esse tempo é algo interessante. Ele destrói. Nada é permanente. A passagem do tempo traz desordem, caos, decadência e degradação. Dê tempo suficiente a algo, que aquilo sempre entrará em colapso e deixará de existir. Mas nem tudo é drama. O tempo, para nós, também possui uma face reparadora. A nostalgia. A nostalgia apara as arestas pontudas da memória, e ressalta aquilo que outrora fora bom. Nossa memória tende a atenuar o sofrimento e reacender a felicidade. Deve ser alguma forma de proteção. E não é somente com nossa lembrança que o tempo possui essa função, diremos, cosmética. Com o whisky também. A […]