Globalização – Buchanan’s 18 anos

“Se você quiser mudar o tango, melhor aprender a lutar boxe, ou alguma arte marcial“. A frase é de Astor Piazzolla, um dos criadores do Tango Nuevo – uma espécie de coquetel de tango com elementos de outros gêneros, como jazz e música clássica.  No começo, o Tango Nuevo – que inclusive desconstruía também a forma de dançar tango – sofreu enorme rejeição pelos argentinos, mas foi muito bem recebido no resto do mundo. Costumo não escolher lados por aqui. Mas dessa vez, tenho que assumir meu partidarismo por Piazzolla. Com a fusão de elementos internacionais ao tango, ele não apenas revolucionou o gênero, como o elevou à fama internacional. O que fez com que mesmo compositores mais tradicionais, como Gardel e Varela, também fossem reconhecidos fora da pátria de nossos hermanos. Poderia dizer, sem muito exagero, que Astor Piazzolla transformou o tango em um gênero musical globalizado. Mas às vezes, globalizado até demais. Como, por exemplo, Años de Soledad. Ou Years of Solitude, como preferir. A música foi gravada em 1974 e contou com a participação do saxofonista americano Gerry Mulligan. Mas não me refiro a essa versão original, mas à rebatizada de Années de Solitude. Que é cantada. […]

Harmonia – Buchanan’s 12 anos Deluxe

Essa semana acordei reflexivo. Após divagar por algumas horas sobre o que me fazia feliz – passando por minha família, meus amigos, cultura, whisky e um belo carbonara com pancetta – desemboquei em um pensamento de Ghandi. Ghandi uma vez disse que felicidade é quando há harmonia entre o que você pensa, fala e faz.  O que me faz concluir que Ghandi vivia em uma época cujos meios de comunicação eram pouquíssimo eficientes, ou que ele tinha poucos amigos. Porque, para mim – um cara mais ou menos mal-humorado e artificialmente sociável –  muitas vezes tudo que quero é harmonizar a total ausência de pensamentos, com o silêncio absoluto e a mais cândida agenda. Só que isso é simplesmente impossível, porque há o grande problema de harmonizar as harmonias. Como quando algum amigo me liga, perguntando se quero ir a algum bar, quando a querida Cã me convida para jantar fora, ou quando a Cãzinha pede para jogar bola comigo. E aí, por pura má vontade, invento uma desculpa. Algo pensado e dito de forma a harmonizar com minha inércia egoísta. Não posso, tenho que levar o cachorro para passear, hoje precisarei trabalhar, ou papai está com dor nas costas […]