Bebendo o Oscar – Whiskies para assistir os filmes do Oscar

Ligo a televisão e sou imediatamente lembrado. Estamos nos aproximando do Oscar, a mais conhecida – e consequentemente polêmica – premiação no mundo do cinema. O Oscar é um déja-vu anual, quando centenas de celebridades se reúnem sob um tapete vermelho assistir a Merryl Streep levar uma estatueta para casa. Há também uma festa com entrevistas, onde você pode novamente ouvir informações relevantíssimas, como a que a Cate Blanchett é a mais bem vestida, e meios-discursos traduzidos para o português tão bem quanto os títulos dos filmes indicados. Apesar do calvário que é ver a premiação, eu gosto do Oscar. E me obrigo a, anualmente, assistir ao maior número de filmes com indicações. Não sei bem porque, afinal, minha opinião sobre eles é tão relevante quanto a de uma criança de três anos sobre astrofísica. Este ano, porém, resolvi colocar este inútil exercício de tenacidade em bom uso. Escolhi quatro filmes que assisti e os relacionei com algo que tenho mais liberdade para faler sobre. Whisky. O resultado foi esta improvável lista, comparando alguns momeados pela Academia com o melhor líquido do mundo. Pode parecer inútil, e na verdade é. Mas com um pouco de abstração, você poderá escolher o […]

Drink do Cão – Remember the Maine

A marinha brasileira já fez uma enorme contribuição para o mundo da coquetelaria. Se, para você, essa frase não faz o menor sentido, não se preocupe. Ela não faz mesmo. Mas se você considerar uma sequência de eventos de causa e consequência – às vezes, consequências indiretas – a frase se torna curiosamente verdadeira. E é essa a história que vou contar hoje. De trás pra frente, para ter mais graça. Em 1895 foi comissionado o USS Maine, um encouraçado de guerra da marinha americana. Um encouraçado que teria caído no esquecimento, não fosse seu naufrágio poucos anos mais tarde. O USS Maine afundou no porto de Havana, Cuba, em fevereiro de 1898, devido a uma enorme e repentina explosão. E ainda que a razão da explosão nunca tenha sido devidamente esclarecida, os americanos acharam de bom tom culpar a Espanha. Por que? Bem, porque o USS Maine estava no porto de Havana justamente para proteger os interesses norte-americanos – leia-se, o domínio dos Estados Unidos – durante a revolta cubana conta a Espanha. Esta revolta, mais tarde, culminou na independência da ilha. E, na cabeça da imprensa estadounidense – que contava com nomes bem respeitados hoje em dia, como […]

Cateto Smokey Mondays – Degustação de Bourbons

Segunda feira é para os corajosos. E ontem, com o coração cheio de bravura, o Cão Engarrafado participou do Cateto Smokey Mondays, um já tradicional evento mensal, organizado pelo Bar Cateto Pinheiros. A ideia por trás do evento é simples. Trazer, sempre na primeira segunda-feira do mês, um belo charuto, que será degustado e harmonizado com bebidas diferentes. E ontem foi a vez dos bourbon whiskeys e dos charutos cubanos Bolivar Redentor série exclusiva para o Brasil. O evento ainda contou com uma aula especial, ministrada pelo professor Cesar Adames. Pudemos experimentar – ou melhor, relembrar – três bourbons já revistos neste blog: Bulleit, Woodford Reserve e Maker’s Mark. Além deles, foi servida uma garrafa antiga de Blanton’s Special Reserve, da época que o whiskey ainda era importado para o Brasil. O mais interessante é que a degustação foi feita às cegas, e apenas ao final os bourbons foram revelados. Assim, todos puderam provar as doses sem preconceitos ou preferências preconcebidas, e eleger seu preferido. Após a a aula, os participantes puderam acender seus charutos, e experimentar novamente os whiskeys, desta vez, harmonizados. O charuto, escolhido pela Barão Tabacalera, casou perfeitamente com as garrafas escolhidas e com o bate papo, com a participação de todos os presentes. Se […]

Verdade Relativa – Bulleit Bourbon Frontier Whiskey

O cinema deve muito ao faroeste. Alguns dos melhores filmes da história usaram a temática daquele tempo sem lei. Um tempo em que destemidos e elegantes vaqueiros enfrentavam índios, perseguiam bandidos e encantavam frágeis donzelas indefesas. Um tempo em que a morte pelo gatilho era corriqueira, e que apenas homens resilientes e com valores íntegros sobreviviam. Ou não. Ou não porque, assim como o cinema deve ao faroeste, o faroeste também deve ao cinema. Para começar, ninguém realmente se vestia ou se portava como Clint Eastwood ou John Wayne. Os valentes vaqueiros eram, na verdade, em sua grande maioria, absolutamente iletrados, mais ou menos bêbados, e raramente prezavam por quaisquer valores ou moral. Além disso, a criminalidade era relativamente baixa, e os conflitos com índios, praticamente inexistentes. A imagem que temos hoje daquele tempo foi cunhada no cinema. O maior expoente, responsável por criar o gênero western como o conhecemos hoje, foi John Ford. De acordo com um grande amigo, crítico de cinema e entusiasta do álcool, Ford inventou o faroeste como gênero a ser levado a sério com No Tempo das Diligências (apresentando John Wayne ao mundo, em um entrada inesquecível e triunfal) e, depois, ainda inventou o faroeste […]