Sobre Hoje – International Whisky Day

Este é um post especial. Um post extraordinário, digno de um dia muito importante. Hoje é o International Whisky Day. O International Whisky Day é uma reunião mundial – ainda que na maioria das vezes virtual – de fãs de whisk(e)y. Nesta data, os entusiastas da bebida brindam e prestam homenagem aos grandes nomes da história do destilado, especialmente ao finado Michael Jackson. A data foi anunciada em 27 de março de 2008, originalmente o aniversário de Michael Jackson. Não do rei do pop. Mas do jornalista homônimo, um dos maiores especialistas em whisky de todos os tempos, falecido em 2007. Seu livro, The Malt Whisky Companion, é uma das obras mais completas e respeitadas sobre a bebida já escritas até hoje. O Dia Internacional do Whisky foi oficialmente lançado no Whisky Festival Northern Netherlands de 2009. O festival, que contou com a participação de alguns dos nomes mais influentes do mundo do destilado, como Dave Broom, Martine Nouet, Charles MacClean e Helen Arthur, prestou homenagem ao especialista. Além de um dia para comemorar, o International Whisky Day é também um dia de caridade. A cada ano, os fãs da bebida fazem doações a instituições de caridade de sua preferência, especialmente […]

O Valor da Persistência – Cardhu 12 anos

Este post começará com uma confissão. Eu detesto frango. Não há nenhuma carne que seja mais desprezível do que a deste galináceo. Quando conto isso, muita gente argumenta que frango não tem gosto de absolutamente nada, e que, portanto, é impossível não gostar de frango. Essas pessoas são absolutamente malucas. É óbvio que frango tem gosto. Tanto é que já ouvi que rã tem gosto de frango. Quando fui para o Peru há alguns anos, comi um prato que tinha Cuy (uma espécie de porquinho-da-índia gigante, muito apreciado por lá). Adivinhem? Tinha gosto de frango. Aliás, para o meu azar, uma porrada de coisas tem gosto de frango. Talvez estejamos mesmo na Matrix, e como as máquinas não sabiam o gosto real das coisas, fizeram com que tudo tivesse gosto de frango. As máquinas deveriam ter pesquisado um pouco mais. Imagine se tudo tivesse gosto de picanha? Ninguém se sentiria tentado a tomar a pílula vermelha. Argumente o que quiser: comer frango é sempre uma decisão racional. Eu aceito que você diga que come frango porque não tem muita gordura, e é bom para sua dieta; ou que frango é uma carne relativamente barata, então você pode fazer uma refeição sem […]

Debutante – Glenfiddich 15 Anos

Quinze anos. Quinze anos, para uma pessoa, raramente é sinal de maturidade e equilíbrio. Com quinze anos, seu conceito de uma noite divertida provavelmente se aproximava de tentar fazer cara de mais velho para entrar em alguma balada ruim, com um RG falsificado, só para encontrar lá dentro outros adolescentes de quinze anos de idade, que também fizeram cara de mais velhos. Se bem que, nessa nova geração, não sei não – acho que seria algo como fazer yoga e depois tomar um suco de clorofila detox gourmet, tirando uma foto com um pau de selfie. Ou, no caso de um menino, cortar o cabelo de uma forma ridícula, para depois cobri-lo com um fone de ouvido igualmente ridículo e tão grande que até parece que foi arrancado do teto de um helicóptero. Mas, ao contrário do que acontece com seres humanos, no mundo do whisky, principalmente se estivermos falando de Glenfiddich, quinze anos é tempo suficiente para criar um produto incrível. Este é o caso do Glenfiddich 15 anos Solera. É um single malt que faz frente a whiskys muito mais maturados e elaborados, e até mesmo preda os irmãos mais velhos, como o 18 e o 21 anos, […]

Glenmorangie Quinta Ruban

Às vezes fico pensando sobre invenções e descobertas improváveis. Uma das que mais me fascina é o sabonete. Em algum lugar da história, um fenício achou que seria uma ideia razoável ferver cinzas de madeira com banha de cabra. Sério – o cara ferveu banha de um caprino e resolveu que aquilo seria um produto apropriado para limpar o chão da casa dele. Ou pior ainda, o próprio corpo. Ele era absolutamente desajustado. E genial. Tudo bem, o fogo foi uma descoberta incrível. O primeiro hominídeo que resolveu bater duas pedras, ou esfregar um graveto no outro era um cara iluminado. Ou estava terrivelmente entediado, porque não vejo nenhuma boa razão para passar horas batendo uma pedra na outra. Mas convenhamos, o fogo mal se compara à bizarra ideia do sabonete. Outro aspecto destas descobertas que me intriga, principalmente no ramo “gastronômico”, por assim dizer, é a experimentação. Como saber se determinado alimento era gostoso ou não era? Ou pior, se seria venenoso? Você já alguma vez pensou na quantidade de gente que morreu tentando, sei lá, comer uma mamona ou uma perereca?  A verdade é que essa questão da experimentação é uma das características que mais nos define como […]

Sobre mulas e momentos efêmeros – Laphroaig Quarter Cask

Existem muitas coisas boas na vida que duram muito pouco, e quando menos percebemos, já acabaram.  O pôr do sol, um beijo, sua música preferida no rádio (exceto se você for fã de Emerson, Lake & Palmer), e o sossego entre comer um acarajé na praia e correr para um toalete. São momentos efêmeros, que logo se extinguem, mas nos trazem boas memórias sempre. Isto se aplica perfeitamente também à minha primeira garrafa de Laphroaig Quarter Cask. Ela durou exatamente nove dias. De quarta-feira à outra sexta. Na época, havia experimentado poucos whiskies da região de Islay, famosa pelos maltes defumados, e não havia encontrado nada ainda que aliasse meu gosto por whiskies mais encorpados ao aroma de fumaça. Como você já deve ter presumido – ou não – o nome quarter cask vêm dos barris utilizados para maturar o destilado. Após algum tempo nos barris tradicionais de ex-bourbon, o whisky é transferido para o chamado quarter cask, que é uma barrica menor. Isso aumenta a área de contato entre a madeira e o líquido, acelerando o processo de maturação. Segundo a Laphroaig, a utilização dos quarter casks era frequente no final do século 19, quando o whisky era transportado […]

O Cão Sofisticado – Macallan Ruby

Se você vive neste mundo, já deve ter assistido algum filme da franquia 007. E se você gosta de carros, é bem provável que saiba que a marca de automóveis preferida do agente secreto é a Aston Martin. Dos vinte e três filmes, a marca britânica aparece em dez. Onze se contarmos o filme que ainda sairá em 2015. Esse é provavelmente o product placement mais bem sucedido da história. O carro é uma extensão da personalidade do agente secreto. Nada se compara, em termos de marketing indireto, com a relação entre James Bond e Aston Martin. E nem venha falar do náufrago e do Wilson. Eu não tenho vontade de comprar uma bola de vôlei pra me ferrar numa ilha deserta depois de sobreviver a um acidente aéreo gigante. Talvez, muito talvez, uma comparação semelhante possa ser feita entre Steve McQueen e o Tag Heuer Monaco. Mas pensando bem, não. A Tag Heuer já era uma marca de relógios de renome internacional antes de Steve McQueen. Já a Aston Martin passou de uma marca de nicho de carros de luxo britânica para um produto mundialmente conhecido e desejado, comparável às Ferraris e Porsches. Grande parte deste sucesso se deve […]