1792 Small Batch Bourbon – Receita Secreta

A sofisticação é feita de pequenos detalhes. Ao fazer bacalhau, você deve primeiro grelhar as postas, por dois a três minutos para cada lado, em fogo médio, tirá-las do fogo e manter aquecidas. Imediatamente, na mesma frigideira, adicionar manteiga, alho e, por último, suco de limão, e mexer. As postas não voltam à panela, mas é este molho cítrico, cuidadosamente espalhado pela superfície levemente tostada da peça, que complementará seu sabor de uma forma surpreendente. Já quando o assunto for decorar uma sala de jantar, você deve lembrar que precisa de três a cinco diferentes pontos de luz. Um bem acima, outro focado – ou sobre – a mesa e o último de um dos lados, para trazer certa dramaticidade. Cadeiras acolchoadas também são importantes – afinal, ninguém quer ficar com o traseiro doendo ao comer o melhor bacalhau da vida. A dica é pensar se você ficaria confortável nelas, se fossem seu assento num vôo de longa duração. Os parágrafos anteriores podem parecer aleatórios. E na verdade, até são, um pouco. Mas seu conteúdo foi retirado, incrivelmente, de duas matérias publicadas recentemente no site 1792 Style – pertencente ao 1792 Small Batch Bourbon. É que a marca – que […]

Tamnavulin Sherry Cask – Canudinho

1937. Joseph Friedman, nascido em Ohio, observava sua filha Judith tentar tomar um milk shake no Varsity Sweet Shop, em São Francisco. Tentar, porque a mesa era alta, e Judith, baixinha, e na década de trinta, todos os canudos eram retos. Judith tentava subir na mesa, ajoelhando-se na cadeira. Mas, mesmo assim, não alcançava o zênite da bebida. Friedman – um perspicaz inventor – então, fez algo curioso. Pegou um parafuso, sabe-se lá de onde, colocou dentro do canudo, e o enrolou com fio dental, até ficar bem apertado. Depois, tirou o fio dental e removeu o parafuso. O resultado, além de um parafuso grudento, foi um canudo com pequenas ondulações, que podia ser dobrado sem interromper o fluxo. Judith finalmente podia aproveitar aquele nutritivo alimento, base de toda dieta infantil, sem dificuldades por sua estatura. Em 1939, Friedman fundou a “Flexible Straw Company” (a Cia. dos Canudos Flexíveis) e patenteou sua invenção. Apesar do enorme sucesso – e retorno financeiro – Joseph não é um inventor muito célebre. Atualmente, há canudos flexíveis por toda parte – até onde não são bem-vindos – mas poucos sabem de sua participação na história. Friedman é, de certa forma, como o Tamnavulin. Uma […]

Lamas The Dog’s Bollocks II – Folie a Deux

Folie à Deux é um termo francês, que se originou na psiquiatria. Fazendo biquinho e fechando o último “e”, a expressão ganha todo um charme. Folie a dê.  É de uma extravagância rara para qualquer condição psicológica. O significado também tem uma certa excentricidade, mesmo sem a sedutora língua gaulesa. O “Delírio a dois”, ou mais, precisamente, transtorno delirante induzido ou perturbação delirante partilhada, é uma condição médica onde duas pessoas que se relacionam passam a partilhar da mesma insanidade. Ficam doidos juntos. Há vários casos interessantes de Folie à Deux. Muitos deles envolvem assassinatos e outras atitudes grotescas. Outros são mais prosaicos, como o caso de Margareth e Michael. O casal acreditava que a casa em que viviam era vigiada incessantemente por pessoas aleatórias, que muitas vezes faziam maldades dignas dos gnomos de contos de fadas. Tipo sumir com o controle da TV, deixar o banheiro sujo ou colocar a chave do carro na cozinha, só pra vê-los revirando a casa toda. Quem é casado, como este Cão, sabe bem quem são esses terceiros misteriosos. O que é curioso da condição é que existe um sistema de retroalimentação. Uma pessoa induz a outra àquela insanidade, e ambas começam a […]

Glenlivet Caribbean Reserve – O Amor

A Céline Dion tem uma música que diz que o amor pode mover montanhas. Com todo respeito, eu acho que a Céline errou. O amor é muito superestimado. Sem a menor sombra de dúvidas, o álcool supera qualquer forma de afeto como força-motriz da humanidade. Pegue, por exemplo, a história das ilhas caribenhas e do Reino Unido. Em 1655 a Grã-Bretanha capturou Jamaica, e começou um caso de amor (talvez ele mova montanhas) com o rum. A bebida já era produzida naquela ilha, que possuía abundância de cana-de-açúcar. A Marinha Real britânica não hesitou em substituir o aristocrático brandy francês pelo refrescante e tropical rum. Os marinheiros eram diariamente abençoados com doses de destilado, muitas vezes combinadas com limão. Os marinheiros viam no rum não apenas um antídoto contra o escorbuto, mas também uma fonte de alegria em suas vidas a bordo de navios desprovidos de luz, com comida escassa e o constante medo de criaturas marinhas lendárias. O rum tornou-se tão famoso que passou a ser usado como moeda de troca pelos corsários britânicos. Esses, um tanto menos comedidos do que os militares da respeitosa rainha, geralmente consumiam quantidades copiosas de bebida. Não era raro o caso de um […]