Doze Glorioso – Famous Grouse 12 anos

Essa semana, enquanto pesquisava um pouco mais sobre o whisky deste post, curiosamente esbarrei em uma página sobre o Glorious Twelfth. E graças à minha falta de foco e gosto pela procrastinação, resolvi perder alguns minutos lendo sobre ele. O Glorious Twelfth ocorre no dia doze de agosto, e é perfeito para todos aqueles cujo conceito de diversão inclui pagar centenas de libras, pisar em poças de lama e ser picado por insetos inconvenientes. Tudo isso pela oportunidade de matar seu próprio jantar. É que o Doze Glorioso – como poderia ser cretinamente traduzido para nossa língua lusitana – marca o início da temporada de caça ao Tetraz, um pássaro típico do Reino Unido. Apesar de polêmico, o Glorious Twelfth continua incrivelmente popular. Estima-se que a caça à tetraz movimente mais de cento e cinquenta milhões de libras por ano. Eu, que tenho preguiça até de ir até a geladeira, não consigo conceber uma ideia pior que essa. Além de caro e sujo, a atividade beira o impossível. O tetraz é uma ave bastante ágil, que consegue mudar de direção de voo quase instantaneamente. Por isso, inclusive, que é uma das mais cobiçadas para caça. Apesar de se espalhar por grande parte do Reino Unido, a maior […]

Do Autocontrole – Black Grouse

Hoje vou falar sobre autocontrole. Autocontrole – ou melhor, a ausência dele – é o que te faz comer aquele quarto (ou quinto) pedaço de pizza. Ou tomar a terceira saideira no bar. Ou mesmo continuar comendo aquele rodízio de sushi até acabar, ainda que o correspondente à fauna inteira do oceano pacífico já esteja, lentamente, se liquefazendo em seu estômago. A vida moderna oferece uma infinidade de oportunidades áureas para se despir totalmente do autocontrole. Maratonas da sua série preferida, rodízios infinitos de comida, lojas com descontos progressivos, smartphones e internet quando se está bêbado. E, finalmente e fatalmente, bares. Bares são uma espécie invertida de videogames de autocontrole. Porque toda vez que você perde – ou seja, toma mais uma – fica mais difícil de exercer o autocontrole para a próxima. E, assim como videogames, existem bares mais difíceis do que outros. Para meu azar – e iminente insolvência – um dos meus preferidos provavelmente seria classificado “hard as hell”. É que naquele bar, ao invés do garçom te servir uma dose, ele deixa a garrafa na sua mesa, com umas marcações. E você mesmo deve ser o juiz de seu bom senso, e colocar o quanto quiser […]

Drops – The Glenturret Sherry

Gosta do The Famous Grouse? Se respondeu sim, então conheça o Glenturret Sherry, edição especial da destilaria que é também o lar da famosa marca do tetraz (isso é o nome do pássaro do rótulo. Não. Aquilo não é um peru.) A Glenturret, localizada nas  Highlands Escocesas, fornece maltes para quase todas as expressões do Famous Grouse. Os outros single malts mais usados são The Macallan e Highland Park. Como consequência, apenas uma pequena parte da produção da Glenturret é engarrafada como single malt. A destilaria, além disto, é alegadamente – na verdade, de forma autoproclamada – a destilaria mais antiga ainda em funcionamento da Escócia. O Glenturret Sherry é uma edição especial limitada, sem idade definida. Ela  foi maturada em barricas tanto de carvalho americano quanto de carvalho europeu que antes continham vinho jerez. Isso proporciona  sabores de frutas e especiarias, com um leve sabor adocicado e de baunilha. Se estiver planejando uma viagem para a Escócia, não deixe de visitar a Glenturret. Você terá a oportunidade de fazer um tour pela destilaria, além de conhecer detalhadamente todo o processo de produção de um dos blended whiskies mais famosos do mundo (ele tem até famoso no nome), o Famous Grouse.

O Cão Econômico 3/3 – Famous Grouse Finest

Este é o último post de uma série de três provas sobre whiskies abaixo de R$ 100,00(*). Os outros foram Glen Grant e Teacher’s Highland Cream. Além dele, o Cão já visitou outros três whiskies nessa faixa de preço. Foram White Horse, Johnnie Walker Red Label e Suntory Kakubin. A criatividade do homem é infinita. Ela se manifesta em tudo produzido por nossa mente, seja tangível ou intangível. Das pinturas rupestres a Duchamp, das primeiras tendas aos arranha-céus de Dubai, estamos imersos em um oceano de criatividade. E isso não é novidade para ninguém. Mas há um ramo da inventividade humana que sempre me surpreende. Um ramo em que o homem realmente emprega todo seu potencial. O de nomear produtos. Dê uma olhada nas gôndolas de supermercados. Há uma miríade deles. Cachaças João Andante, torradas Peter Pão, croissants Croasonho, carnes Boi Vivant, tapete higiênico para cachorros Super SeCão. E meu preferido, talvez pelo mau gosto aliado à sutileza de uma britadeira: papeis higiênicos Pacu. Além do nome, há a embalagem. A embalagem é quase um convite para adquirir aquilo que ela carrega. Na época daquela promoção da Coca-Cola, sempre procurava meu nome nas latas. Se encontrasse, não titubearia em levar para casa. Mas […]