Seis whiskies que fazem muita falta no Brasil

Hiraeth. Não poderia começar este post de outra forma, senão por hiraeth. O correspondente galês de nossa intraduzível saudade. Mas com um significado extra. Hiraeth também se refere àquele vazio existencial causado pelo desejo de algo que você jamais teve. As saudades que um filho único sente de seu irmão que jamais nascera. Ou que eu tenho de possuir um Bowmore 1957 de 54 anos. Ah, que me falta faz esse Bowmore. De certa forma, hiraeth é um sentimento um pouco paradoxal. É a nostalgia de tudo aquilo que não vemos e não podemos ter. Mas pior que ela, é mesmo aquela saudade de algo que já tivemos, mas que acabou. Um amor, uma época da vida. E claro, uma garrafa de whisky. Aquela, que trouxe de uma viagem, e que bebi sofrendo a cada gotinha que escorria no copo à medida que a garrafa esvaziava. Como um brasileiro apaixonado por whiskies, devo dizer que exerço bastante esse sentimento. Vontade de provar de novo um rótulo que já tive. Ou de poder abrir um que jamais provei, mas que não posso, porque ele simplesmente in existe em nossas terras. Neste post, selecionei seis especiais. São aqueles que já tivemos mas […]

(mais que um) Drops – Jameson Caskmates

Goiabada e queijo, hot dog e mostarda, limão e cachaça. Batata palha e estrogonofe, vermute e campari, linguiça e feijão. TPM e chocolate, Microsoft Windows e Ctrl + Alt + Del. Chuva e Netflix, hambúrguer e batata frita e bacon com absolutamente tudo. Há coisas que foram criadas para combinarem, involuntariamente, com outras. Coisas cujo resultado é maior do que a soma das partes. O melhor exemplo no mundo do whisky é o Jameson Caskmates e a cerveja Franciscan Well. O desenvolvimento do Jameson Caskmates foi muito semelhante àquele do Glenfiddich IPA Experiment. Ele teria surgido de uma conversa entre dois amigos de longa data, Shane Long, mestre cervejeiro da Franciscan Well Brewery, e Dave Quinn, o mestre de ciência de whisky da Jameson. Shane queria produzir uma cerveja escura que fosse maturada em barricas de whiskey. Assim, teria pedido a seu amigo, Dave, que lhe emprestasse alguns barris para a experiência. Quinn concordou e cedeu a Shane algumas barricas de carvalho americano de primeiro uso, que teriam sido usadas para maturar Jameson. O mestre cervejeiro, então, após produzir sua cerveja e maturá-la nas barricas cedidas, as devolveu para a Jameson. Ao recebê-las, Quinn não sabia bem o que fazer. Porque apesar de serem […]

Sem Medo – Finalistas do Jameson Bartenders Ball

O cinema está cheio de improvisação. Algumas das cenas mais antológicas nasceram de atores, que, numa impressionante demonstração de técnica e audácia, fizeram o improvável. Uma das histórias que mais gosto é a de Laranja Mecânica. A sequência em que Malcolm MacDowell ataca um escritor e sua esposa não estava totalmente planejada. Kubrick teria passado quatro dias filmando e refilmando a mesma cena, mas, como é natural àquele cineasta, ele não estava satisfeito. Exausto e irritado, ele então disse a Malcolm “sinceramente, faça o que você quiser”. E então o ator refez a cena. Uma cena de espancamento. Sem medo, dançando e cantando. Aliás, cantando a única música que conseguia lembrar. A de “dançando na chuva”. E assim, uma das mais memoráveis cenas de um dos mais memoráveis filmes surgiu. Uma vez, o ator Christopher Walken disse “Improvisar é maravilhoso. Mas o problema é que você não consegue improvisar, a não ser que você saiba exatamente o que está fazendo. Esse é o tipo de coisa paradoxal sobre improvisar”. E apesar da frase de Walken, aparentemente, não fazer muito sentido, ela, paradoxalmente faz. A improvisação, ou melhor, a boa improvisação, exige conhecimento, experiência e técnica. E, além de tudo isso, […]

Especial Jameson Bartenders Ball – Barrel Cocktail

Este é o primeiro de uma série de três posts, com as receitas dos coquetéis que provamos durante o Jameson Bartenders Ball Pub Crawl. Porque falta de tempo – ou preguiça – não deve ser um empecilho para se beber bem. E experimentar coisas novas, claro. Se você perdeu o post introdutório sobre o Jameson Bartenders Ball, confira aqui. Durante o evento, tivemos a oportunidade de conhecer Vinicius Gomes, chefe de bar do Riviera, e criador do coquetel Barrel Cocktail, que participa da competição organizada pela Jameson. O Barrel Cocktail é um drink predominantemente seco, com amargor e cítrico pronunciado. Há um dulçor que surge somente no final. É um coquetel com complexidade e sabor forte, mas que preserva o sabor de sua base – o Jameson Irish Whiskey. Vinícius, com oito anos de experiência atrás do balcão e passagem pelo Beato e Paradiso Bar e Cucina, preparou a rodada de coquetéis que foram servidos com a mesma naturalidade que nos explicou o conceito por trás de sua criação. Aliás, fez as duas coisas ao mesmo tempo. Sem gaguejar. E – mais importante de tudo – sem derramar nada. Segundo Vinicius, o desenvolvimento do coquetel busca responder duas questões básicas […]