Juntos & Extraordinários – Campeonato de Coquetelaria Chivas Extra

Se há um whisky que acompanhou com destaque a história do Cão Engarrafado, este whisky é o Chivas Extra. O Chivas Extra foi o protagonista de momentos extraordinários para este blog. Ele foi o vedete do primeiro convite recebido pelo Cão de uma marca de whisky – participar de um jantar harmonizado com aquele mais recente lançamento da Chivas Regal. Foi também, por muito tempo, nosso campeão de audiência. Em poucos dias, sua prova tornou-se o texto mais lido deste infame website, e, atualmente, faz parte dos cinco mais visitados de toda sua história. O engraçado é que, até hoje, não consegui atribuir razão para isto. Talvez o sucesso do texto tenha sido uma sorte extraordinária. E talvez, por alguma extraordinária coincidência, o Extra tenha pontuado momentos tão extraordinários da história deste blog. Poderia acreditar nisso. Mas, para falar a verdade, cada vez têm sido mais difícil. Porque esta semana novamente um fato veio se juntar ao extraordinário rol de conquistas deste extraordinário whisky. Este Cão foi convidado por Mijung Kim, embaixadora da Chivas Regal, para acompanhar de perto um concurso de coquetelaria envolvendo o Chivas Extra. O Concurso, jocosamente batizado de “Juntos & Extraordinários” foi concebido para marcar o […]

Whiskies para comprar no Duty Free III

Esta é a terceira edição de um texto sazonal com novidades nos Duty Free shops de aeroportos brasileiros que valem a pena. Confiram aqui o primeiro, e neste link o segundo texto sobre este tema. Esses dias estava vendo uns desenhos com a Cãzinha no YouTube. Depois de alguns episódios de Sara e o Pato e Masha e o Urso (afinal, o que há com jovens meninas e animais?) resolvi mostrá-la alguns desenhos da minha época. Percorremos em bons quarenta minutos coisas como Tom e Jerry, Papa Léguas e Caverna do Dragão. Desenhos que eu julgava adorar. Mas aí eu percebi como eles eram irritantes. Porque o Frajola nunca conseguiu pegar aquele passarinho. E o Coiote descobriu mais de uma centena de formas de morrer – explodido, dilacerado, esmagado, dividido, entre outras – tentando transformar o papa-léguas em almoço. Passei anos e anos de raiva esperando que eles tivessem sucesso. Sucesso que nunca veio. Eu devia ser uma criança estúpida, esperançosa ou muito masoquista mesmo. Mas o pior deles era o que eu julgava ser meu preferido. Caverna do Dragão. Tudo que aquele pessoal queria era voltar para casa. Só que por mais próxima e mais palpável que parecesse a oportunidade, algo sempre acontecia. […]

Como Bourbon (e Tennessee Whiskey) é feito – Parte II

Esta é a segunda parte de um texto sobre o processo de fabricação da maior contribuição norte-americana para a humanidade. O Bourbon Whiskey. Não, meus caros, não foi o iPod. Nem o automóvel, tampouco o telefone. Muito menos o termostato ou a metralhadora. No texto anterior paramos justamente no processo de destilação. O white dog acabara de sair dos destiladores. Continuaremos hoje com esta incrível história. É neste momento, logo após a destilação, que nosso cãozinho branco pode tomar dois caminhos. O primeiro é ir para as barricas, onde passará alguns anos até emergir um whiskey. O segundo é passar pelo que se chama Lincoln County Process. O Lincoln County Process é o que diferencia bourbons de Tennessee Whiskeys – além, claro, do fato dos Tennessee whiskeys serem produzidos no Tennessee. Por este processo, o destilado passa por um filtro de carvão de bordo antes de ir para as barricas. O destilado pinga vagarosamente por pequenos tubos em um grande tanque contendo o carvão. Para que consiga atravessar o filtro, o white dog pode levar dias. Também conhecido como charcoal mellowing, muitas pessoas julgam que este processo adiciona sabores ao whisky. Porém, na opinião deste canídeo, o processo é subtrativo. […]

Drops – Compass Box Hedonism Blended Grain

Se você viveu no Brasil durante os anos noventa, provavelmente lembra de um animal lendário, que tomou conta dos noticiários por algum tempo. o Chupacabras. O chupacabras era, alegadamente, um bicho sem pelos, feio, fedido e que se alimentava do sangue de animais de rebanho, deixando corpos de suas vítimas completamente secos. Sua história começou em Porto Rico, em 1995, e se espalhou rapidamente. O monstro começou a ser visto em locais tão distantes quanto o Texas e a Argentina, num estranho caso de proliferação instantânea internacional. Até mesmo corpos do que muitos acreditavam ser chupacabras começaram a surgir. O Chupacabras tornou-se tão famoso que Bejamin Radford – um homem cuja profissão de “cético profissional” é ainda mais bizarra do que o chupacabras – conduziu uma investigação de cinco anos para descobrir o que todo mundo com alguma inteligência já sabia. O Chupacabras não existe. Benjamin concluiu que a descrição inicial do Chupacabras fora resultado da maluquice de uma senhora que assistira um fime B na televisão – Species – que apresentava um bicho bem parecido. E os corpos encontrados também eram falsos. A maioria  das carcaças era de guaxinins e cachorros com sarna, com exceção de um que – brilhantemente na minha […]

Especial dia dos Namorados – Almas gêmeas do whisky

Olha, isto aqui é um texto sobre o dia dos namorados. Eu sei. E eu sei que o que você espera é que eu indique três ou quatro whiskies perfeitos para data. Ou passe a receita de algum coquetel afrodisíaco que leva a bebida. Mas terei que desapontá-lo. Aqui não há nada disso. Primeiro porque o whisky perfeito para a data é aquele que você mais gosta, e seria muita presunção da minha parte propor algo diferente. Em segundo, porque convenhamos, whisky pode ser quase tudo, mas afrodisíaco é algo que ele não é. Mas a terceira e a mais eminente razão é que eu detesto o dia dos namorados. O dia dos namorados não é bom pra ninguém. Ele é péssimo para quem é solteiro – que se sente excluído das comemorações – e especialmente detestável para alguém que está em uma relação. Para aqueles, é difícil ignorar o dia dos namorados. Para estes, é desaconselhável. Se você discorda, segure em minha proverbial mão e acompanhe-me nesta singela digressão: quantos de vocês já brigaram no dia dos namorados por conta do dia dos namorados? A obrigação de fazer algo especial, dar um presente único – leia-se, caro – ou demonstrar […]

Drink do Cão – Vieux Carré – Revisto 05/20

New Orleans é uma cidade curiosa. Ela possui pouco menos de trezentos e noventa mil habitantes. Porém, é um verdadeiro caldeirão de influências e produção cultural. É um pólo da cultura Creole e Cajun. Foi o lar de Tennessee Williams, dramaturgo e autor de peças como Boneca de Carne e Gata em teto de Zinco. Além disso, a cidade foi um dos berços do Jazz. Toda essa prolífica produção tem uma razão. A incrível conjunção das mais distintas culturas. Ao longo de sua história, New Orleans foi influenciada por franceses, espanhóis, ingleses e negros de diversas nações africanas. Foi a combinação de elementos destes povos que trouxe à cidade sua riqueza cultural – hoje um pólo turístico para amantes de música, literatura, cinema, arquitetura e culinária. Aliás, a cidade é excelente em justamente isto. Misturar. Porque lá foi lá também que nasceram alguns dos mais incríveis coquetéis clássicos, como o Sazerac e o Vieux Carré. Este último, batizado justamente em homenagem ao quarteirão mais conhecido da cidade – o French Quarter, também conhecido como Vieux Carré (“praça velha”). O Vieux Carré foi criado na década de trinta por Walter Bergeron, do Carousel Bar – que até hoje existe, dentro do […]

Drops – The Macallan Whisky Maker’s Edition

Roger Moore faleceu. Mas você já sabe disso. E você provavelmente sabe também que o ator que tornou-se mundialmente famoso por representar o agente secreto mais conhecido do cinema: James Bond. Foi ele que participou de mais filmes da franquia – sete ao todo – concorrendo apenas com Sean Connery. Roger apresentou um James Bond menos irônico, mais sisudo e menos nonsense – ainda que isso não signifique muita coisa para James Bond. O que você talvez não saiba é que durante os sete filmes em que viveu Bond, Moore nunca pediu um Martini de Vodca batido e não mexido. E que, curiosamente, seu contrato com a franquia possuía uma cláusula que lhe dava direito a um estoque ilimitado de charutos Montecristo. E, por fim, que Roger Moore morria de medo de armas de fogo. Algo, que, convenhamos, é plenamente justificável, mas que talvez seja um pequeno empecilho quando se é encarregado de representar um agente secreto com licença para matar. Outra coisa que, incrivelmente, nunca contracenou com Moore foi whisky. A paixão de Bond pela destilaria The Macallan surgiu muito mais tarde. Apenas com o advento do novo milênio que 007 incluiu o single malt em sua lista de bebidas preferidas – […]