Midnight Stinger – Reincidência
Na semana passada, viajei com a Cã para Barcelona. Visitamos mais de meia dúzia de bares, e comemos muito bem. Fizemos os programas de turista também, claro. E nas escadarias da Sagrada Família, depois de ter também visitado a Casa Batlo, me veio uma reflexão. Ninguém mais lembra do Gotye. O cara foi um estouro. Sampleou o Luiz Bonfá, chamou a Kimbra – aliás, quem? – pra cantar e depois foi sublimado da cena musical. Nada, nenhum outro sucesso, notícia. Somente silêncio e ostracismo. O Gaudí, no entanto, todo mundo quase sabe quem é. Acontece que certos criadores têm o azar de se tornarem – relativamente – conhecidos por uma única ‘obra’. Outros, como Gaudi, emplacam uma série inteira de marcos, como se cada projeto fosse inevitavelmente destinado a virar referência. O cara foi tão importante que até a Cãzinha, com seus dez anos de idade, estudou suas obras arquitetônicas na escola. No balcão, com certa hipérbole, um paralelo possível é Sam Ross. O australiano nos deu o Penicillin, discutivelmente o mais clássico dos new age classics; e o Paper Plane, que se alastrou pelos bares do mundo mais rápido do que a música que lhe inspira. E, como se […]