Especial de Páscoa – Harmonização de Whisky e Chocolate

Ah, a Páscoa. Só de pensar na data comemorativa, meu índice glicêmico já sobe. A páscoa é como um mini-natal. Nos reunimos com familiares que não se interessam por nós, para conversar sobre assuntos que não nos interessam e para comer de forma desenfreada, numa vã tentativa de evitar mais conversa. As únicas reais diferenças entre a Páscoa e o Natal é que tem menos uva passa na comida e, ao invés de presentes, ganhamos chocolate.

O que, pra mim, é um problema, já que não sou muito fã do doce. Curioso isso, porque quando eu era criança, eu amava chocolate. Mas, à medida que cresci, o fascínio foi se dissipando. Hoje, não apenas como pouco chocolate, como poucos doces em geral. É que – aliada à mudança de meu paladar – veio a idade. E, com ela, a prerrogativa de comer de tudo em quantidades gargantuais e não sofrer consequências desapareceu. Por isso, faço uma troca: como poucos doces, mas bebo.

E pelo fato de chocolate não faça parte de minha dieta diária, tenho uma enorme dificuldade em acabar com os poucos ovos que recebo. Para solucionar este problema que não precisa ser solucionado, então, resolvi realizar uma atividade bastante extenuante neste ano. Combinar os ovos de páscoa com whisky. E é isso que ofereço a vocês, queridos leitores. Dividido em tópicos, pra ficar mais fácil.

Chocolate Branco

Chocolate branco era meu preferido quando era criança. Doce, gorduroso e absolutamente delicioso. Para combinar com ele, escolhi um whisky com maturação predominantemente em barricas de carvalho americano de ex-bourbon. O Glenlivet Founder’s Reserve – que, aliás, apresenta notas de prova bem semelhantes ao chocolate, e ainda traz um frutado cítrico muitíssimo agradável à combinação.

Ao Leite

Esse é o tipo mais comum na páscoa. A maioria dos ovos são de chocolate ao leite, que traz cremosidade e dulçor na medida certa. Costumam ser equilibrados, e agradar à maioria dos paladares.

Para combinar com ele, escolhi um de meus blended scotch whiskies preferidos. O Chivas 18. Delicado, mas com um equilíbrio perfeito entre especiarias e frutas, com um aroma floral que sou absolutamente apaixonado. O Chivas 18 é incrível. Olha, pra falar a verdade, esqueçam o chocolate ao leite, bebam só o Chivas 18.

Amargo

Meu estilo preferido de chocolate. O amargo traz intensidade, e combina, também, com whiskies mais intensos. Meu melhor resultado foi com aqueles maturados em barricas de vinho, como o Aberlour 15 anos. Um single malt escocês da região de Speyside, com perfil de sabor apimentado e vínico. Intenso, mas muito agradável.

A combinação trouxe ao chocolate um sabor frutado seco. O chocolate contribuiu para a finalização do whisky, ressaltando suas especiarias e caramelo.

Chocolate (ao leite) com amêndoas

Aqui, escolhi um whisky delicado, mas cuja maturação pudesse trazer complexidade à combinação, e que tivesse, também, notas de amêndoas. O Royal Salute 21 anos. Delicado, equilibrado e bastante amadeirado, o scotch whisky premium tornou o chocolate um pouco mais amargo, e ressaltou as amêndoas de sua receita.

2 thoughts on “Especial de Páscoa – Harmonização de Whisky e Chocolate

  1. Tenho 30 e alguns anos, mestre. Também fui deixando o sabor doce de lado, porém eu também bebo, como o senhor já deve ter notado hahaha.
    Posso trocar o Aberlour 15y pelo 12y? Posso tirar o chocolate e dobrar a dose de whisky?
    Grande abraço! Feliz Páscoa!

    1. Opa, fala mestre! Olha, tira o chocolate e bebe só o whisky, a gente não precisa de pretextos!

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