Drops – Laphroaig 15 Anos Douglas Laing

Você sabia que além das próprias destilarias, na Escócia há empresas independentes, especializadas em buscar e comprar barris e maltes específicos para produzir edições limitadas independentes? É o caso desta garrafa da foto, fotografada pelo Cão na Barbearia Corleone. Isto é um Laphroaig 15 anos, com 53% de graduação alcoólica, engarrafado pela Douglas Laing & Co. para sua finada linha de single malts Director’s Cut. Esta é uma das únicas 314 garrafas no mundo desta edição. Todas foram preenchidas com o conteúdo de um único barril (single barrel), sem sofrer qualquer diluição ou adição de corante caramelo. A Laphroaig é uma das mais famosas destilarias da região de Islay, conhecida por seus whiskies com aroma e sabor defumado e turfado, graças ao processo de secagem da cevada maltada utilizando uma fogueira de peat (turfa). O Cão Engarrafado já fez a prova de todos os whiskies da destilaria disponíveis em nosso país, como o excelente Laproaig 18 anos, e os clássicos Quarter Cask e 10 anos. A Laphroaig é também a única destilaria da Escócia que possui o Royal Warrant do Príncipe de Gales. Um Royal Warrant significa que, na teoria, aquela marca fornece um serviço ou produto de altíssimo nível para […]

Da Longevidade – Grand Old Parr 12 anos

Algumas pessoas são simplesmente extraordinárias. Einstein, Da Vinci, Bach e a Monica Bellucci são bons exemplos disso. Outras, entretanto, não são nada além de ordinárias. Um excelente exemplo de uma pessoa que se enquadra nesta segunda categoria foi o Sr. Thomas Parr. Tomas Parr foi um inglês que teria nascido em meados do século quinze e levado sua vida de uma forma absolutamente normal, dividindo seus dias entre tomar leite talhado e comer queijo estragado. E ninguém aqui estaria falando sobre Thomas Parr hoje se não fosse um simples detalhe. Um detalhe que torna sua vida ordinária absolutamente extraordinária. Extraordinariamente longa. O homem viveu por cento e cinquenta e dois anos e nove meses. Cento e cinquenta e dois anos e nove meses. Para você ter uma ideia, Thomas Parr teve um caso extraconjugal aos cem anos de idade, e quando sua esposa morreu, casou-se com sua amante, aos cento e vinte e dois. E permaneceu casado por mais trinta anos. É uma vida muito longa. Mesmo para os padrões de Ozzy Osbourne e Keith Richards. A improvável morte deste Gandalf da vida real aos cento e cinquenta e dois despertou a curiosidade de médicos importantes da época, como William […]

Drops – Compass Box The Peat Monster

Gosta de whiskies defumados? Conheça o Peat Monster, um blended malt produzido pela Compass Box Whisky Co., famosa por seus whiskies ultra premium, cujas fórmulas contêm alguns dos mais famosos single malts escoceses. O coração do Peat Monster é o Caol Ila, single malt também usado na composição do Johnnie Walker Double Black. Além dele, a expressão leva uma bela quantidade de Laphroaig e de Ardmore. A mistura é feita exclusivamente de single malts. A Compass Box Whisky Co. foi criada por John Glaser, executivo que antes trabalhou como diretor de marketing na Johnnie Walker. Glaser resolveu abandonar a empresa e fundar sua própria marca, dedicando-se a produzir apenas whiskies de altíssima qualidade, especialmente blended malts. Uma das expressões mais famosas é, justamente, o Peat Monster. Segundo a Compass Box, o Peat Monster é “um whisky  para amantes de whiskies defumados multifacetados e complexos. O que o torna perfeito para o estilo da Compass Box é o equilibrio que a riqueza e dulçor sutil das barricas de single malt das highlands fornece aos whiskies defumados de Islay e das ilhas. Este é o grande benefício de combinar single malts de diversas destilarias; nós não estamos limitadps a produzir algo de apenas […]

Drink do Cão – New York Sour

Sabe, vou contar um negócio para vocês. Eu queria gostar mais de vinho. E eu sei que gostar de whisky também é bacana, e que whisky é a melhor bebida do mundo. Mas vinho é algo bem mais amplamente consumido. E, além de tudo, ainda faz bem à saúde. Eu quase invejo aquelas pessoas, sentadas nos restaurantes elegantes, girando suas enormes taças bojudas com o líquido rublo dentro. Rodopiam, observam a bebida contra a luz e comentam sobre as lágrimas que escorrem pelas bordas do cálice. Aproximam suas narinas cuidadosamente dos copos e fazem um comentário de um verdadeiro connoisseur. É sempre um comentário digno de um sommelier.  Meu sonho é poder dizer algo como “meu deus, como adoro o blend entre Malbec, Cabernet Franc e Melot” e realmente entender o que estou falando. Como disse acima, vinho também faz bem à saúde. Ele reduz as chances de infarto, doenças coronárias e diabetes. Auxilia na prevenção ao Alzheimer, à demência e uma porção de cânceres diferentes. O resveratrol, substância encontrada nas sementes e películas de uvas e vinho tinto, é um antioxidante poderoso. As propriedades terapêuticas do vinho eram conhecidas desde a antiguidade. Ele era considerado como uma alternativa segura […]

Sobre o Necessário e o Supérfluo – Whiskies para seu bar em casa

Estamos no carnaval. O Carnaval é o feriado mais festivo do ano. A festa está em toda parte. Nos bloquinhos de rua, no sambódromo, no boteco na esquina da sua casa. Todo mundo – literalmente – transpira Carnaval. Há festas para todos os bolsos e gostos musicais. Para mim, entretanto, o grande apelo do Carnaval é o feriado. Quatro dias e meio para fazer o que bem quiser. E o que bem quiser, normalmente, significa trocar o calor e a cerveja quente na rua por um bom  whisky no conforto do lar. Ou isso, ou viajar com a Cã e a querida Cãzinha. Mas aí acabo desembocando em um problema. Eu não sei arrumar uma mala. É uma incapacidade que me acomete desde criança, mas que, por mais esquisito que seja, piorou à medida que fiquei mais velho. Provavelmente porque, quando eu era criança, minha mãe revisava minha mala. Ela tirava os dez gibis que coloquei lá dentro, e os substituía pela minha escova de dente e meia dúzia de cuecas, que eu sempre esquecia. Minhas malas são verdadeiras caixas surpresa. Mas a surpresa é quase sempre desagradável. Como, por exemplo, quando fui para um casamento, no interior, e esqueci de levar […]

Drops – The Glenturret Sherry

Gosta do The Famous Grouse? Se respondeu sim, então conheça o Glenturret Sherry, edição especial da destilaria que é também o lar da famosa marca do tetraz (isso é o nome do pássaro do rótulo. Não. Aquilo não é um peru.) A Glenturret, localizada nas  Highlands Escocesas, fornece maltes para quase todas as expressões do Famous Grouse. Os outros single malts mais usados são The Macallan e Highland Park. Como consequência, apenas uma pequena parte da produção da Glenturret é engarrafada como single malt. A destilaria, além disto, é alegadamente – na verdade, de forma autoproclamada – a destilaria mais antiga ainda em funcionamento da Escócia. O Glenturret Sherry é uma edição especial limitada, sem idade definida. Ela  foi maturada em barricas tanto de carvalho americano quanto de carvalho europeu que antes continham vinho jerez. Isso proporciona  sabores de frutas e especiarias, com um leve sabor adocicado e de baunilha. Se estiver planejando uma viagem para a Escócia, não deixe de visitar a Glenturret. Você terá a oportunidade de fazer um tour pela destilaria, além de conhecer detalhadamente todo o processo de produção de um dos blended whiskies mais famosos do mundo (ele tem até famoso no nome), o Famous Grouse.

Sobre a Força – Glenlivet Founder’s Reserve

Este não é um post sobre whisky. Me desculpem pela decepção. Este é um post sobre um modesto filme que transformou a internet em uma convulsão maníaca. Este é mais um post sobre Star Wars. Mas pode continuar lendo. Eu prometo que não contarei nenhum spoiler para estragar sua experiência. Ou talvez um só. Nada grave. Prometo que valerá a pena. Quando soube que J. J. Abrams dirigiria um novo filme da saga, fiquei apreensivo. Apreensão que só aumentou quando descobri que alguns personagens dos episódios IV, V e VI apareceriam. É que eu realmente gostava dos três primeiros filmes, e não queria ninguém estragando a imagem de Han Solo, Leia e mesmo Luke para as gerações vindouras. Mas assim que me sentei na cadeira de cinema, percebi que meus medos eram completamente infundados. O Despertar da Força é um caso raro de sucesso absoluto. Os números estão aí para comprovar. Ele arrecadou, só nas primeiras semanas, um bilhão de dólares. Foi a abertura de maior sucesso da história do cinema. Na modesta opinião deste ébrio Canídeo, o sucesso reside no equilíbrio. Mas não no equilíbrio da Força. No equilíbrio irretocável entre os elementos clássicos da saga e a inovação […]

Um pretexto para beber (e recitar poesia) – Burns Night

Hoje é um dia muito importante para o whisky. Vinte e cinco de janeiro é a data de nascimento do poeta escocês Robert Burns. Robert Burns, também conhecido como o bardo de Ayrshire, é considerado o poeta mais importante de toda a história da Escócia. Nascido no século dezoito, ele foi um pioneiro no movimento romântico, bem como um ícone cultural e político. Burns abordou em sua obra temas tão diversos quanto socialismo, liberalismo, mulheres, amores platônicos e cultura popular. A maior parte da obra de Burns foi escrita em Scots, dialeto escocês. Um de seus mais notórios poemas é “Address to Haggis”, que, em uma tradução mais ou menos safada, significaria algo como “Homenagem ao Haggis” ou “Homenagem a uma Salsicha”. Ou talvez, de uma forma mais livre “Ode ao Salsichão de Bode”. É isso mesmo, eu não escrevi errado. É um poema sobre um embutido. Um embutido que consiste, basicamente, das tripas moídas e cozidas de um bode, embutidas em seu estômago. O prato preferido de Burns. Até aí, Robert Burns, admirador do reino das salsichas, não tem muitos pontos de tangência com whisky. Mas acontece que Robert Burns é um orgulho nacional. Um orgulho nacional como Haggis […]

Starman – Johnnie Walker Black Label

Talvez eu tenha más notícias. Quer dizer, más notícias caso você seja um extraterrestre, um ermitão, ou tenha se isolado em um local sem internet, televisão, rádio ou telefone pelas últimas três semanas. Mas, olha, eu duvido que você já não saiba o que vou dizer. Afinal, você está lendo este post, o que indica que há uma conexão ativa entre vossa senhoria e o mundo exterior. De qualquer forma, aí vai. David Bowie faleceu. E nem me venha falar que isso não faz diferença, e que você nem gostava tanto de David Bowie assim. Porque até pode ser que você não seja um apreciador de suas músicas, mas sua influência em nossa sociedade é absolutamente incontestável. O homem por trás de Ziggy Stardust antecipou e criou tendências na música, na moda e na cultura de nosso tempo. Aliás, Bowie era um camaleão de tendências, adaptando-se com maestria e potencializando-as como ninguém. Bowie vendeu mais de cento e quarenta milhões de gravações ao longo de sua vida. Ganhou nove álbuns de platina, onze de ouro e oito de prata. Atuou em grandes sucessos, como O Grande Truque e Labirinto e compôs canções antológicas, como The Man Who Sold the World, […]

Clássico Moderno – Glenlivet 18 anos

Sabe qual o maior problema dos remakes? É que raramente são melhores que os originais. Um claro exemplo disso é o filme Cidade dos Anjos. Caso você não saiba, Cidade dos Anjos é baseado em um filme europeu chamado Asas do Desejo, dirigido por Wim Wenders. Asas do Desejo esteve, por muito tempo, no meu top dez filmes preferidos de todos os tempos. Já Cidade dos Anjos, bem, esse passou longe. O argumento dos dois filmes é praticamente o mesmo. Um anjo que decide abrir mão da existência eterna para tornar-se humano. Em Asas do Desejo, sua motivação é compreender o significado da vida e experimentar e o prazer – e o sofrimento – de ter carne e osso. Essa experiência é personificada em uma bela trapezista de circo, pela qual o anjo se apaixona. O filme é de um existencialismo extremamente sutil, todo em preto e branco, e conta com as antológicas atuações de Bruno Ganz e Solveig Dommartin. Já Cidade dos Anjos é um pouco diferente. Em Cidade dos Anjos, um querubim estrelado por Nicholas Cage desenvolve uma paixão platônica pela Meg Ryan, que é uma médica. Ele não dá a mínima para o significado da vida ou […]