Quatro dos whiskies mais caros a venda no Brasil

Essa semana assisti um filme que há tempos queria ver. Brewster’s Millions. Brewster’s Millions é uma comédia dirigida por Walter Hill, com Richard Pryor e John Candy. De forma bem resumida, ela conta a história de um rapaz – Monty Brewster – que precisa torrar trinta milhões de dólares para herdar trezentos milhões. A tarefa, que parece fácil no começo, torna-se hercúlea. Brewster percebe que gastar tanto dinheiro é bem difícil. No final do filme, ele só consegue atingir seu objetivo ao entrar para a vida política e concorrer a prefeito de Nova Iorque. Faz sentido, realmente,  porque se tem uma coisa que não dá dinheiro, é política. O filme é bem divertido, mas uma coisa que não consigo entender direito é a dificuldade de Monty. Torrar dinheiro é tão fácil quanto esbarrar em pornografia na internet. Basta ter um pouquinho de criatividade e uma pletora de possibilidades se abre. Tudo bem que no filme havia regras que o impediam de comprar certas coisas. Mas pense em máquinas de fazer pão, restaurante japonês a-la-carte, roupinha de cachorro da Burberry e fones de ouvido do Dr. Dre. Elevando um pouco o ticket, é até mais simples. Uma Bugatti folheada a ouro, uma […]

Drops – Ardbeg Dark Cove

Ontem li uma reportagem sobre fobias. Há umas que eu nem sabia que existiam. Por exemplo, a mirmecofobia, que é o medo de formigas. Ou uma que muita gente tem e nem sabe, a fronemofobia, ou medo de pensar. Há algumas bem específicas, como a Anatidaefobia, definida como o pavor de ser observado por patos, e a Estruminofobia, que é o medo de morrer defecando. Há, porém, outras bem comuns. Eu por exemplo tenho uma certa fobia social, que é auto explicativa. Duas que eu definitivamente não sofro, no entanto, são a Dipsofobia e a Metifobia – respectivamente, o medo de beber e o de álcool. Uma das mais comuns é a Nictofobia, ou medo do escuro. Ele é muito comum em crianças, mas algumas vezes se estende para a vida adulta. Porém, mesmo os mais tementes da escuridão – se não sofrerem da dipsofobia e metiofobia, claro – ficarão admirados com o brilhantismo da última edição limitada da Ardbeg, o Dark Cove. O Dark Cove é um tributo da Ardbeg aos alambiques ilegais e ao contrabando de whisky do século XIX, que ocorriam na escuridão da noite, na costa próxima à destilaria. Há inclusive uma animação romanceada, com cenas […]

O Cão Didático – Copos e taças para whisky

O uso de ferramentas. Por muito tempo, acreditava-se que essa era nossa principal diferença com os animais. Nós, seres racionais, teríamos o poder de moldar elementos ao nosso redor para servir de utensílio para certo fim. Atualmente, sabemos que alguns outros bichos fazem isso. Primatas utilizam gravetos de bengala e vara. Essa história é bem ilustrada no filme 2001 – Uma Odisséia no Espaço, de Kubrick. Na primeira cena do filme, um macacão – na verdade, um hominídeo pré-histórico – tem a brilhante ideia de utilizar um osso como porrete. Uma ferramenta rudimentar, que, ao longo do tempo, foi se tornando cada vez mais especializada e específica. Atualmente, há milhares de instrumentos que podemos usar para arrebentar coisas. Tacos de beisebol, martelos, espadas, machados. Enfim, qualquer coisa com uma haste e, de preferência, com algo bem dolorido ou afiado na outra ponta. A evolução do ferramental humano é incrível. A cozinha é outro exemplo claro disso. Há cinquenta anos, jamais poderíamos sonhar com a especificidade de utensílios que temos hoje. Há cortadores para tudo – maçãs, abacaxis e até manteiga. E se sua ideia não for cortar, mais sim conservar, você sabia que existe um recipiente desenhado especialmente para guardar […]

Dádiva Odonata #5 – Nossa própria cerveja maturada em barris de single malt!

Quando comecei a escrever o Cão Engarrafado, não sabia muito o que havia pela frente. Mas imaginava algumas coisas. Previa que – se tudo desse certo – em algum ponto do percurso guiaria alguma degustação de whiskies. Imaginava também que, invariavelmente, conheceria muita gente. O que não é necessariamente bom, porque como uma vez disse Sartre, o inferno são os outros. Sabia, no entanto, que – em certos casos excepcionais – teria contato com gente bacana. Tinha certeza de que descobriria uma centena de maltes apaixonantes, e provaria outros que não seriam muito além de medíocres. Sabia que beberia um pouco demais e gastaria além da conta. Em meus delírios mais sofisticados, antevia que poderia elaborar a carta de whiskies de certo bar ou restaurante. Todas essas coisas, apesar de bastante longínquas há três anos, me pareciam estágios do desenvolvimento de um blog sobre um assunto tão incrível quanto whisky. Mas uma coisa que jamais poderia prever, nem em meus devaneios mais estratosféricos, é que assinaria e faria parte do desenvolvimento de uma cerveja. Mas foi exatamente isso que aconteceu recentemente com este Cão. Há alguns meses fui convidado por Victor Marinho – mestre cervejeiro da Dádiva – para participar […]

Chivas Extra – Juntos e Extraordinários – Final

Qual seu programa de domingo? Bem, em um domingo qualquer, um domingo ordinário, eu provavelmente acordaria tarde, almoçaria e veria um filme em casa. Talvez prepararia algum texto para este blog. Ou acordaria cedo e sairia com a Cãzinha para algum parque ou museu. E a tarde, quando ela dormisse, me afundaria no sofá ao confortável e constante som da rota de aviões que passa próxima à minha casa. O que, convenhamos, é ótimo. Mas este domingo – dia 09 de julho – foi um dia extraordinário. Não, não é por conta do feriado da revolução constitucionalista. Mas porque este Cão foi convidado para participar, como jurado, do primeiro campeonato de coquetelaria do whisky Chivas Extra. Um convite decerto extraordinário. O Concurso,  batizado de “Juntos & Extraordinários” marcou o lançamento do Chivas Extra para os bares brasileiros. A ideia é mostrar a versatilidade do whisky também do lado de lá do balcão. Assim, o bartender deveria elaborar um coquetel que tivesse como base o Chivas Extra, dentro do tema “Quais ingredientes que juntos formam um drink extraordinário” e divulgá-lo via Instagram. Dentre os competidores, cinco de cada região foram selecionados. Para a  segunda etapa de São Paulo, que aconteceu neste extraordinário […]

Fondue de Chocolate e Whisky

  O inverno brasileiro é engraçado. As pessoas aguardam ansiosas o fim da sudorese e a chegada de uma temperatura mais amena. A ansiedade é tanta que, às vezes, nem começou a fazer frio e já está todo mundo de casaco. Quer dizer, quase todo mundo. Alguns, poucos, não foram avisados sobre a chegada do inverno, e fizeram o que fazem todos os dias – se vestiram de acordo com a real temperatura externa. O resultado disso é que, a dois metros de uma moça de sobretudo há um rapaz de bermuda e camiseta. E ninguém acha isso esquisito. É como se o figurinista da Globo tivesse escolhido a roupa de todo mundo. Outra coisa curiosa que acontece no inverno é a mudança dos hábitos alimentares. O inverno não precisa nem ser sentido – basta que seja anunciado – para que centenas de caixinhas de fondue invadam os supermercados. Nos mais sofisticados, há bem mais do que as duas clássicas variedades de queijo e chocolate. Hoje em dia, há especificidade. Fondues de chocolate amargo, chocolate ao leite, queijos emmental, gouda e gorgonzola. É muito fondue para tão pouco frio. E vou contar um negócio. Adoro queijo e gosto de chocolate, mas nunca […]

Drops – Royal Brackla 16 anos

  Você sabe o que é um Royal Warrant? Um Royal Warrant é uma espécie de selo de aprovação da família real. Isso, na prática, significa que certa marca – a qual o Royal Warrant é concedido – fornece um serviço ou produto de altíssimo nivel para a corte real. E que, por conta disto, merecem deferência. Ou que a marca – a destilaria, no caso – é profundamente admirada por certa celebridade de sangue azul. A maioria dos países que, em algum momento, adotaram o regime monárquico possuem Royal Warrants. Até mesmo no Brasil isto aconteceu. Ao todo, foi concedido o inacreditável numero de dois. Um para a Granado – sim, aquela que faz os sabonetes – e outra para Henry Poole & Co, alfaiataria britânica que produzia parte das vestimentas de Dom Pedro II. A família real inglesa, porém, não foi tão seletiva. Ao longo de sua história, ela já forneceu milhares de royal warrants. Atualmente, há pouco menos do que novecentos. Companhias em ramos tão diversos quanto a Aston Martin, Nestlé, Twinings e Burberry possuem estes selos. A Brackla foi a primeira destilaria a receber o Royal Warrant. O Royal Warrant da Brackla foi concedido pelo Rei William […]

Drink do Cão – Sazerac

Há algumas semanas falei sobre a incrível combinação de influências que trouxe a cidade de New Orleans sua riqueza cultural. Na oportunidade, entretanto, deixei de mencionar o cinema. É que a cidade também foi palco de mais de uma dezena de filmes memoráveis, como Bad Lieutenant, Um Bonde Chamado Desejo, O Curioso Caso de Benjamin Button, Ray e Doze Anos de Escravidão. Além destas películas incriveis, New Orleans também foi a ambientação escolhida para o filme mais esquisito e surreal de James Bond. Live and Let Die – em português, Com 007 vida e deixe morrer. Se você nunca viu, ou não acha estranho, deixe-me apresentar alguns elementos da película. Há o improvável assassinato de um homem por uma banda de instrumentos de sopro. Há a tradicional misoginia, magia negra, um espírito imortal do vodu, tarô – ou melhor, uma taróloga – e um personagem que explode ao engolir um tanque de ar comprimido. Elementos que aparentemente não combinam. E, na verdade, não combinam mesmo. Apesar de estar lá na borderline entre o medíocre e o cult, Live and Let Die possui alguns ótimos momentos. A perseguição de lanchas, que conta com uma piscina, um casamento e um incrível salto é excelente. E, claro, aquele […]