Left Hand Cocktail – Mashup

Perdoem-me pelo título impreciso. Mas o tema desta matéria não é coquetelaria. Mas Mashups. Se você nao conhece o jargão, mashup é um trabalho criativo – que pode ser uma música ou um filme – criado a partir da combinação de dois ou mais outras músicas ou filmes. O termo é também usado por webdevelopers para definir “uma aplicação que que usa conteúdo de mais de uma origem para criar um novo serviço disponibilizado em uma única interface gráfica“. Mas, para evitar sonolência, deixarei de discorrer sobre a derradeira definição.

Mashups podem ser feitos, virtualmente, de qualquer material audiovisual. A única regra é que combinem, de alguma forma. E, mesmo assim, às vezes, nem precisam. A grande sacada é que, no começo, o mashup traz a impressão de ser algo já conhecido. Mas, aos poucos, ao revelar sua natureza híbrida, distorce essa impressão. Caso não tenha entendido ainda, veja a música abaixo – um mashup de Soundgarden com Green Day. Recomendo fortemente que ouçam à medida que avançam neste texto.

De certa forma, mashups podem ser usados na culinária e na coquetelaria, também. Não quando alguém faz uma pizza de sushi, por exemplo. Ou um acarajéburguer, ainda que este último desperte minha curiosidade gastronômica. Mas quando dois pratos ou coquetéis se fundem para criar algo completamente novo, ainda que reminiscente de seus progenitores.

É esse o caso do Left Hand, coquetel criado por Sam Ross – o mesmo cara do Penicillin e Paper Plane – no Milk & Honey, na época que fazia parte do time de Sasha Petraske. O próprio Sam Ross define o coquetel como “o resultado de um caso de amor entre um Manhattan e um Negroni“. O Left Hand leva Bourbon, Campari, vermute doce e alguns dashes de bitters de chocolate. Além do último ingrediente, o que o separa de um boulevardier é a proporção.

Aliás, essa é uma lição preciosa. Assim como no mashup, coquetéis completamente distintos podem ser criados somente pela variação de suas medidas. Não é apenas a diferença entre um coquetel equilibrado e outro desequilibrado. Mas de dois drinks que funcionam, mas tem personalidades completamente diferentes, ainda que usem os mesmos componentes. É justamente este o caso do Left Hand – que na verdade está mais para um Valentino de bourbon do que para qualquer de seus pais ideológicos supramencionados.

De acordo com matéria do website liquor.com, o Left Hand não foi o único filho da combinação. “nós criamos uma série de drinks ‘Hand’. (…) O Right Hand era uma variação com rum maturado, Tres Hands usava mezcal e tequila, e o Smoking Hand whiskies de Islay e Highlands“. O que, mais do que uma declaração, parece um convite para testar o coquetel com outros ingredientes.

Então, queridos leitores destros e canhotos. Amantes de Negroni, Boulevardier, Manhattan, Valentino ou simplesmente desesperados para finalizar aquela garrafa de bourbon, não se desesperem. Aqui está o Left Hand, para dar aquela mãozinha.

LEFT HAND

INGREDIENTES

  • 50ml Bourbon Whiskey
  • 25ml Campari
  • 25ml Vermute Tinto (este cão usou Rosso Antico. A receita original usa Carpano Antica Formula)
  • 2 dashes de Bitters de chocolate (a receita pede Bittermen’s. Pode ir de Angostura Chocolate Bitters, estamos no Brasil)
  • Parafernália para misturar
  • Cereja maraschino (se for pra colocar a de chuchu, melhor ir sem)

PREPARO

  1. Misture todos os ingredientes (menos a cereja, gênio) em um mixing glass, com bastante gelo
  2. desça em uma taça coupé e coloque uma cereja maraschino como guarnição

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