Especial Jameson Bartenders Ball – Irish Pleasure

Este é o segundo post de uma série de receitas dos coquetéis provados durante o Jameson Bartenders Ball Bar Crawl, que, a convite da Jameson Irish Whiskey, tivemos o prazer de participar. O primeiro foi o Barrel Cocktail, de Vinícius Gomes. O Coquetel desta semana é o Irish Pleasure, criado pelo bartender Jean Dall Acqua, do restaurante Bossa. O Irish pleasure é um coquetel predominantemente cítrico, à moda de um whisky sour, mas com sabores secundários de nozes e especiarias. A ideia de Jean foi criar um drink com cara brasileira, mas que preservasse o toque irlandês do Jameson Irish Whiskey. Segundo Dall Acqua, “Para criar este coquetel fui pego de surpresa, somente dois dias antes de apresentar o drink, fui avisado sobre o Campeonato da Jameson. (…) basicamente todos os ingredientes eu já tinha em meu local de trabalho, exceto o mel que é temperado com pimenta, tabasco e vinagre de maçã. Acabei achando esse ingrediente em nossa cozinha. (usado no prato Medalha de Tapioca –  uma entrada em nosso restaurante)” Jean diz que, ao provar o mel temperado, notou que era perfeito para o coquetel. O ingrediente era, ao mesmo tempo, cítrico, adocicado e apimentado. Para aguçar o […]

Drink do Cão – Wood Aged Boulevardier

Quando fiz quatorze anos resolvi que tocaria um instrumento. Minha escolha foi tão improvável quanto infeliz. Escolhi o violoncelo. Até hoje os motivos que me fizeram tomar esta decisão desafiam minha lógica. Porque é difícil demais. Tocar violoncelo foi provavelmente a coisa mais difícil que eu me propus a fazer durante minha vida inteira. Violoncelo exige disciplina, tempo e estudo. E o meu eu recém púbere não atendia nenhum destes prerrequisitos. Eu era indisciplinado, preguiçoso e preferia ocupar meu tempo com todo tipo de futilidade efêmera. Além de que minha coordenação sempre foi comparável àquela de um canhoto bêbado escrevendo com a mão direita. Por essa razão, nunca fui um bom violoncelista. Depois de muitos anos, o máximo que consegui foi, orgulhosamente, executar de uma forma porca o primeiro movimento do concerto de Elgar. Mas minha versão da peça do compositor clássico inglês mais se assemelhava a uma briga entre um serrote e um pterodátilo. Um pterodátilo com olhos de laser. Pablo Casals, no entanto, foi um dos maiores mestres do violoncelo de todos os tempos. Suas execuções, mesmo das peças mais difíceis do repertório erudito eram absolutamente irretocáveis. E apesar de já ter atingido a perfeição há muito tempo, […]

Especial Jameson Bartenders Ball – Barrel Cocktail

Este é o primeiro de uma série de três posts, com as receitas dos coquetéis que provamos durante o Jameson Bartenders Ball Pub Crawl. Porque falta de tempo – ou preguiça – não deve ser um empecilho para se beber bem. E experimentar coisas novas, claro. Se você perdeu o post introdutório sobre o Jameson Bartenders Ball, confira aqui. Durante o evento, tivemos a oportunidade de conhecer Vinicius Gomes, chefe de bar do Riviera, e criador do coquetel Barrel Cocktail, que participa da competição organizada pela Jameson. O Barrel Cocktail é um drink predominantemente seco, com amargor e cítrico pronunciado. Há um dulçor que surge somente no final. É um coquetel com complexidade e sabor forte, mas que preserva o sabor de sua base – o Jameson Irish Whiskey. Vinícius, com oito anos de experiência atrás do balcão e passagem pelo Beato e Paradiso Bar e Cucina, preparou a rodada de coquetéis que foram servidos com a mesma naturalidade que nos explicou o conceito por trás de sua criação. Aliás, fez as duas coisas ao mesmo tempo. Sem gaguejar. E – mais importante de tudo – sem derramar nada. Segundo Vinicius, o desenvolvimento do coquetel busca responder duas questões básicas […]

Especial de St. Patrick’s – Jameson Black Barrel Select Reserve

Você sabe quem foi São Patrício? São Patrício – St. Patrick, em inglês – foi um missionário cristão, de nacionalidade irlandesa, que viveu durante o século quinto. St Patrick’s é também o santo padroeiro da Irlanda. Por ser um orgulho nacional para os irlandeses, seu dia é comemorado tanto naquele país quanto internacionalmente. O St. Patrick’s Day, comemorado no dia 17 de março, tornou-se uma data reconhecida pelas igrejas católica e anglicana, bem como parte da ortodoxa e luterana a partir do século dezessete. O dia comemora a vida de São Patrício, bem como a chegada do cristianismo na Irlanda. As comemorações variam bastante. Celebrações públicas geralmente envolvem paradas e festivais, bem como a utilização de indumentárias da cor verde ou contendo trevos estampados – o símbolo de St. Patrick. Até aí, tudo bem. Acontece que, naquela época havia restrições religiosas bem mais severas sobre o consumo de álcool e de certos tipos de alimentos. Entretanto, naquele dia, no dia de São Patrício, essas restrições eram suspensas. Por isso, com o tempo, as famosas comemorações do St. Patrick’s Day passaram a envolver, na maioria das vezes, quantidades consideráveis de álcool. Atualmente, por ser uma festa tradicionalmente irlandesa, as bebidas mais consumidas […]

O Chef Canídeo – Whiskey Carbonara (com salmão defumado)

Quando era criança, meu prato preferido era macarrão. Preferencialmente, com qualquer molho que possuísse mais de cem calorias por colher de sopa. Quatro queijos e molho branco eram meus favoritos, de longe. Talvez por isso, quando adolescente, eu estivesse um pouco acima do peso. Nada demais. Uns dezessete, vinte quilos. No mínimo. Lá pelos meus dezenove anos de idade, resolvi que faria uma reeducação alimentar, de forma que eu e meu umbigo pudéssemos novamente nos encarar. Assim, comecei a dispensar a sobremesa, troquei o molho branco pelo de tomate e incluí em meu cardápio algo inimaginável para mim. Salada. E a medida que o tempo passou, comecei a adquirir preferências por alguns alimentos que antes desprezava. Peixes, por exemplo. Frutos do mar. Chocolate amargo. E ainda que meus horizontes tenham se expandido consideravelmente durante essa minha expedição pelo mundo da gastronomia, a verdade é que o bacon e o macarrão sempre tiveram seu espaço reservado no meu coração gástrico. Hoje em dia, uma das minhas massas preferidas quando quero relembrar a aurora de minha maioridade é o clássico carbonara. O Carbonara é a versão adulta dos meus tão estimados pratos de infância. Ele é também a prova de que coisas […]

Drink do Cão – New York Sour

Sabe, vou contar um negócio para vocês. Eu queria gostar mais de vinho. E eu sei que gostar de whisky também é bacana, e que whisky é a melhor bebida do mundo. Mas vinho é algo bem mais amplamente consumido. E, além de tudo, ainda faz bem à saúde. Eu quase invejo aquelas pessoas, sentadas nos restaurantes elegantes, girando suas enormes taças bojudas com o líquido rublo dentro. Rodopiam, observam a bebida contra a luz e comentam sobre as lágrimas que escorrem pelas bordas do cálice. Aproximam suas narinas cuidadosamente dos copos e fazem um comentário de um verdadeiro connoisseur. É sempre um comentário digno de um sommelier.  Meu sonho é poder dizer algo como “meu deus, como adoro o blend entre Malbec, Cabernet Franc e Melot” e realmente entender o que estou falando. Como disse acima, vinho também faz bem à saúde. Ele reduz as chances de infarto, doenças coronárias e diabetes. Auxilia na prevenção ao Alzheimer, à demência e uma porção de cânceres diferentes. O resveratrol, substância encontrada nas sementes e películas de uvas e vinho tinto, é um antioxidante poderoso. As propriedades terapêuticas do vinho eram conhecidas desde a antiguidade. Ele era considerado como uma alternativa segura […]

Sobre o Necessário e o Supérfluo – Whiskies para seu bar em casa

Estamos no carnaval. O Carnaval é o feriado mais festivo do ano. A festa está em toda parte. Nos bloquinhos de rua, no sambódromo, no boteco na esquina da sua casa. Todo mundo – literalmente – transpira Carnaval. Há festas para todos os bolsos e gostos musicais. Para mim, entretanto, o grande apelo do Carnaval é o feriado. Quatro dias e meio para fazer o que bem quiser. E o que bem quiser, normalmente, significa trocar o calor e a cerveja quente na rua por um bom  whisky no conforto do lar. Ou isso, ou viajar com a Cã e a querida Cãzinha. Mas aí acabo desembocando em um problema. Eu não sei arrumar uma mala. É uma incapacidade que me acomete desde criança, mas que, por mais esquisito que seja, piorou à medida que fiquei mais velho. Provavelmente porque, quando eu era criança, minha mãe revisava minha mala. Ela tirava os dez gibis que coloquei lá dentro, e os substituía pela minha escova de dente e meia dúzia de cuecas, que eu sempre esquecia. Minhas malas são verdadeiras caixas surpresa. Mas a surpresa é quase sempre desagradável. Como, por exemplo, quando fui para um casamento, no interior, e esqueci de levar […]

Drops – Jack Daniel’s Silver Select

Gosta de Jack Daniel’s? Então conheça o Jack Daniel’s Silver Select, uma versão vendida exclusivamente nos Duty-Frees de aeroportos internacionais. O Silver Select é, resumidamente, uma versão turbinada do Jack Daniel’s Single Barrel, engarrafado com menos diluição, resultando em uma graduação alcoólica maior, de 50%. Isso o torna mais adocicado, mas também bem mais picante e – talvez – até um pouco mais agressivo.  Assim como o Single Barrel, cada garrafa do Silver Select é preenchida com o conteúdo de um único barril. Isso faz com que garrafas de barris diferentes sejam levemente distintas. A Jack Daniel’s reserva apenas os melhores barris para seu Silver Select. São aqueles guardados nas partes mais altas do armazém, onde há maior variação de temperatura, acelerando o processo de maturação. Segundo a marca, apenas um em cem barris são escolhidos para as expressões Silver Select e Single Barrel. A marca não divulga sua idade. Segundo eles, o que importa é o sabor final do produto. Talvez eles estejam certos, porque o Silver Select é realmente muito bom! Assim como nos demais whiskeys da marca, o destilado do Silver Select passa por um filtro de carvão vegetal de bordo (maple tree) de três metros de profundidade, […]

Como Curar sua Ressaca – Whisky Bloody Mary

A medida que vamos nos aproximando das festividades de final de ano, o mundo é acometido por uma estranha e inexplicável sensação de amor ao próximo. Mesmo que o próximo esteja bem longe de ser próximo. Provas disso são aqueles seus conhecidos, que você achou que haviam morrido, sido presos ou emigrado para algum lugar primitivo – afinal, você não tinha notícias deles há mais de dez meses – mas que, magicamente, reaparecem no final do ano. Reaparecem geralmente tentando combinar algum evento. E, normalmente, algum evento que envolve álcool. Porque a verdade é que o álcool é um excelente lubrificante social. O álcool simplesmente vaporiza aquele momento meio constrangedor, quando o assunto acaba. E, se consumido de forma relativamente prudente, torna-se ferramenta essencial para sobreviver às inconvenientes festividades de final de ano. Entretanto, o problema chave aí é a prudência. Porque ninguém está isento de cometer um erro e exagerar. E, com o exagero, vem a ressaca. Tanto a moral quanto a física. Contra a primeira, não há muito a fazer. Se você ficou nu, dançou sobre a mesa ou dormiu no chão, o melhor que tem a fazer é tentar esquecer, e não mencionar o assunto. Nunca. Nunca […]

Especial de Natal – Um Manual de Como Presentear com Whisky

Escolher presentes de natal nunca é fácil. Nem mesmo para a pessoa com que você mais tem intimidade no mundo. No meu caso, a Cã Engarrafada. Neste caso, o risco é errar. Não há espaço para errar com alguém que você conhece tão bem. Mas como já estamos casados a pouco mais de meio decênio, tendo galgado o dobro disso de namoro, recorri a uma praticidade arriscada. Perguntei a ela o que queria receber de presente. E não me condene por ter sido direto. Porque realmente é romântico captar sinais e ir sorrateiramente reunindo informações e analisando reações para tentar descobrir o que sua melhor parte deseja. Mas isso também é trabalhoso e – caso sua inteligência emocional seja equivalente a de um crustáceo, como a minha – pode dar terrivelmente errado. Após uns três segundos de uma ensaiada cara de dúvida, a Cã respondeu que queria uma bolsa, e que me daria um single malt. Uma bolsa, tudo bem, pensei. Qual a dificuldade em escolher uma bolsa? Bem menor do que a dela, ao escolher o whisky. Minha ida ao shopping revelou que a tarefa era consideravelmente mais difícil do que eu havia previsto. Principalmente quando não há o […]