Hoje é dia do bartender. Uma das figuras mais importantes de toda a indústria da bebida. Bartender é muito mais do que a pessoa que prepara seu gim-tônica ou negroni. O bartender é a mão visível da inovação etílica. Os porta-vozes das tendências nos bares e – por que não – em casa.
Atrás do balcão, o bartender é um ser iluminado e multidisciplinar. Ele consegue sorrir educadamente para sua grosseria enquanto prepara algum coquetel com o esmero de um apotecário. Para ele, “me vê um gim-tônica” é uma resposta mais comum do que “tudo, e você” para a pergunta “Boa noite, como vai“. É capaz de demonstrar interesse, independente da quantidade de álcool que você ingeriu, e das proporções gargantuais da abobrinha que você disser.
Por dentro, o bartender é quase um dry-shake. É aquele que tem vontade de quebrar o mixing glass na sua cabeça quando você pede para ele te surpreender (bem, ninguém especificou que seria uma surpresa agradável). E que se imagina cortando sua jugular com um golpe certeiro da pá de gelo, toda vez que você pede seu coquetel menos gelado. Que assiste, em seu teatro mental, sua vida vagarosamente se esvaindo de seus olhos, quando você insiste em uma saideira por conta da casa. Mas por fora, é solícito, compreensivo e educado.
Para que você, querido leitor, possa se sentir um pouco na pele deste tão distinto profissional, este Cão trouxe uma receita especial. Um coquetel capaz de ser reproduzido com facilidade, mesmo para aqueles com pouquíssima ou nenhuma experiência em misturar coisas. O Boardwalk Empire, uma releitura de um old-fashioned, criada pelo mixologista da Pernod-Ricard, Rafael Mariachi e servido na final da etapa brasileira do Jameson Bartender’s Ball de 2018.
Caso você não tenha percebido, o nome é uma referência a uma série da HBO, que acompanha a vida política do personagem Enoch “Nucky” Thompson, durante a época da Lei Seca Norte-Americana. Naquele tempo, a qualidade da coquetelaria aumentou vertiginosamente. É que como a bebida disponível na época era muito ruim – lembre-se que a maioria era produzida de forma amadora – os bartenders tiveram que lançar mão de todos os artifícios possíveis para disfarçar o gosto desagradável daquele líquido.
Aliás, foi durante a década de vinte que nasceu um estilo de bar que hoje está muito em moda – os Speakeasy. Como era proibido consumir álcool, os bares da época, que funcionavam ilegalmente, ficavam escondidos – no subsolo de casas ou galpões, por exemplo. Foi nos Speakeasy que coquetéis que hoje consideramos clássicos nasceram.
Assim, meus caros, no dia de hoje, sintam-se do outro lado do balcão. E enquanto estiverem bebendo seu Boardwalk Empire, façam um brinde ao trabalho incrível dos bartenders. Estes profissionais que dedicam sua vida e seu tempo para que sua noite – ou melhor, sua vida – seja um pouco mais leve, divertida e saborosa.
BOARDWALK EMPIRE
INGREDIENTES
- 70 ml de Jameson Irish Whiskey (nem pensem em substituir)
- 20 ml de xarope Maple 1883 (pode usar maple syrup simples, mas apenas dilua um pouco, para evitar que ele encapsule)
- 1 dash de Angostura
- Zest de laranja Bahia
PREPARO
- Adicione os ingredientes em um mixing glass (ou algo que lhe faça as vezes) com bastante gelo e mexa por uns 4 segundos
- desça, com a ajuda de um strainer (ou peneira) em um copo baixo, com gelo grande.
Sabe mestre, comecei a arriscar alguns drinks. Provavelmente vou tentar este hahaha.
Pena eu estar sem Jameson, porque gosto bastante dele, mesmo puro.
Abraço.
Fácil e super bom! Depois conta o que achou!