Ao assistir Jurassic Park, você deve ter grudado de tensão na cadeira durante a cena em que o tiranossauro persegue o jipe. Imagine, um animal desse tamanho e tamanha voracidade hoje em dia. O que você não sabe, provavelmente, é que o T-Rex, aquele enorme e ameaçador predador, é o ancestral mais próximo de um bicho bem pouco intimidador. A galinha.
É isso aí. Ocorre que em 2003, dois cientistas – Jack Horner e Mary Scweitzer – analisaram a composição molecular do colágeno contido em um fêmur não fossilizado de T-Rex. E descobriram semelhanças incríveis com aquele contido nos ossos de galinhas e outras aves domésticas. Isso apontaria que há uma ligação de parentesco entre o dinossauro e o galináceo, perdida ao longo dos anos. O que me faz pensar que eu também iria detestar comer tiranossauro assado.
Enfim, certos antepassados não são nada óbvios. Outros, porém, parecem ter diretamente inspirado seus predecessores. É o caso, por exemplo, de um coquetel incrivelmente popular hoje em dia, o Moscow Mule, e seu antecessor um tanto obscuro, produzido com whisky turfado, o Mamie Taylor.
O Mamie Taylor leva scotch whisky, limão siciliano e ginger ale ou ginger beer. Exceto pela canequinha de cobre e mais uma dúzida de sofisticações ao longo de um século, há uma impressionante semelhança entre ele e o Moscow Mule. E talvez eu seja suspeito, mas, entre o coquetel de vodka e este de whisky, fico com o segundo, certamente.
De acordo com um artigo do Wall Street Journal, o coquetel teria sido criado em 1899 em um hotel de Rochester, Nova Iorque. A atriz e cantora Mayme Taylor chegara de uma viagem de barco, para realizar uma apresentação na cidade. Porém, estava exausta por conta do deslocamento, e pediu ao bartender que preparasse um “claret lemonade” – basicamente, vinho tinto com limonada. Mas, por falta de ingredientes (que tipo de bar não tem vinho?) o bartender resolveu inovar.
Mayme Taylor – a atriz – então provou a improvisação e adorou. Ao indagar sobre o nome da mistura, seu criadou respondeu, sem hesitação “é um Mayme Taylor“. Em 1902 o Syracuse Post-Standard recontou a história. Nesa altura, três anos depois, o drink já era um enorme sucesso nos Estados Unidos. Inexplicavelmente, entretanto, ganhou uma variação de nome e passou também a ser chamado Mamie Taylor.
Para o coquetel desta matéria, este Cão utilizou Johnnie Walker Double Black. Porém, qualquer scotch whisky com uma certa nota enfumaçada poderá funcionar. A chave, aqui, é a turfa – é o aroma medicinal e defumado que tira o drink do lugar comum, combinando-o com gengibre e limão. Um princípio, aliás, que outro coquetel incrível utiliza: o Penicillin.
Assim, caros leitores, preparem-se para um coquetel refrescante e defumado. O avô do Moscow Mule, mas, como ocorre com o frango e o T-Rex, muito mais intenso. Vamos à receita.
MAMIE TAYLOR
INGREDIENTES
- 45 ml scotch whisky (pode ser qualquer um, mas sugiro contundentemente que use algo com nota enfumaçada)
- 10 ml suco de limão tahiti (atenção, tahiti mesmo, não siciliano!)
- 90 ml ginger beer ou ginger ale (pelo amor de deus, use algo decente. Aqui fizemos com London Essence)
- parafernália para mexer
- copo alto
PREPARO
- Coloque o whisky e o suco no copo alto, e adicione bastante gelo
- complete com o ginger beer
Boa noite.
Desculpe-me pelo diferente assunto, mas queria perguntar se pode me ajudar com uma duvida.
Por motivos de agora não veem ao caso, três garrafas de uísque permaneceram lacradas, esquecidas, guardadas e escondidas por mais de 25 anos, na posição vertical e ao abrigo da luz. Nada de especial, apenas uma Johnnie Walker 12 anos, um Early Times e um Jack Daniels no.7.
Mesmo em se tratando de uísques corriqueiros, daria um aperto no coração de ver o líquido escorrendo pelo ralo.
Por acaso, o destino dessas garrafas seria o lixo?
Ps. Notei depósitos no líquido da garrafa do Johnnie 12.
Obrigado.
Olá Eduardo! Eu provaria. Matar, nao vai. Pode ter oxidado, mas, o maximo que vai acontecer é o whisky estar meio sem graça.