Se você gosta de carros, deve já ter ouvido falar do Nissan GT-R. O Nissan GT-R é o herdeiro do Skyline, um superesportivo japonês ora produzido pela Prince Motor Company. Em 2009, o GT-R entrou para o Guinness como a aceleração mais rápida de 0-100km/h (0-60mph) por um carro com quatro lugares. Mas isso não é importante. O importante é que o GT-R (e seu progenitor, o Skyline) é um dos carros mais desejados e defendidos por qualquer auto-geek.
Talvez seja porque o carro tenha sido vedete de algum jogo de videogame, ou tenha ganhado fama ao desbancar carros bem mais caros quando o assunto é performance. Mas fale mal de um GT-R para algum entusiasta, e você estará em maus lençóis. O GT-R é a versão automobilística daquela piada do dry martini. Se algum dia estiver sozinho, perdido em um deserto, ou terrivelmente sozinho, simplesmente recite com determinação. O Porsche Carrera é melhor que o GT-R. Algum apaixonado pelo último sairá de dentro de um buraco ou pulará de trás de uma pedra para provar o contrário.
No universo do whisky, a Springbank é o Nissan GT-R. Um single malt muito bom, mas cuja fama o torna além de irrepreensível. A Springbank possui status de malte cult entre os entusiastas, e suas edições limitadas praticamente sublimam das estantes, quase instantaneamente depois de terem sido lançadas.
O Springbank 15 é, antes de qualquer coisa, extremamente equilibrado. É um whisky complexo, oleoso, frutado e levemente defumado, com final achocolatado e amadeirado. É indiscutivelmente bom. Porém, e na polêmica opinião deste canídeo, não é nada que mudará seus paradigmas alcoólicos para sempre e estragará a experiencia de beber qualquer coisa que não venha da destilaria. É um malte correto, acima da média e produzido com muito esmero. Mas – assim como o GT-R – está longe de se impor sobre outros maltes excelentes.
Seja como for, o Springbank 15 anos – ou, para falar a verdade, qualquer Springbank – é uma passagem necessária para todo entusiasta de whiskies. E é uma belíssima demonstração de como os métodos tradicionais de produção de uma bebida secular como o whisky ainda tem espaço nos dias de hoje. Enfim, é um malte que emana admiração e respeito ainda que, na maioria dos dias, prefira os Porsches.
SPRINGBANK 15 ANOS
Tipo: Single Malt com idade definida – 15 anos
Destilaria: Springbank
Região: Campbeltown
ABV: 46%
Notas de prova:
Aroma: Levemente enfumaçado. Frutado, com uvas passas e nozes.
Sabor: Frutas secas, ameixa seca. Final levemente enfumaçado e longo. Oleoso e bastante complexo.
Disponibilidade: apenas lojas internacionais.
Conheço a versão 18 anos.
Queria te aproveitar e perguntar, qual seu whisky 18 anos preferido?
Já vi algumas pessoas apontarem o Springbank. Outras vão no clássico Macallan.
Já eu prefiro o Highland Park, acho ele acima destes dois.
Opa, fala meu caro!
Puxa, eu não tenho um 18 preferido não. Acho que faz mais sentido comparar os whiskies por faixa de preço e por características sensoriais do que idade, efetivamente. Porque, no final, pensa comigo: seria justo dizer que eu prefiro o Glenfiddich 18 ou o clássico Macallan 18 Sherry Oak a um Chivas 18 por exemplo? Um Chivas no mercado internacional custa umas 60 libras. Já o Macalla Sherry Oak, quando disponível sai mais de 200. É tipo perguntar assim: dentre os automóveis esportivos, você prefere um Mini Cooper ou uma Lamborghini Veneno? rs
Mas enfim, se fosse para escolher… um dos 18 anos que mais gosto para os single malts – considerando meu gosto pessoal voltado para os defumados e considerando o preço, é o Ledaig 18. Gosto também bastante do Bowmore 18 e, entre os blends, o Chivas é um dos meus preferidos. O Laphroaig 18 anos também era absurdamente incrível e divino. Uma pena que foi descontinuado.
Como vai, mestre?
Tenho mta vontade de provar um nativo de Campbeltow. Não preciso te dizer que a escolha seria o Longrow, certo? Haha
Abraço!