Whiskies jovens (ou sem idade declarada) muito bons
“O tempo é a substância da qual sou feito. O tempo é um rio que me arrebata, mas eu sou o rio; é um tigre que me devora, mas sou o tigre; é um fogo que me consome, mas sou o fogo” escreveu Borges em sua Nova Refutação do Tempo. Desgraçadamente – para continuar no tema Borgiano – tenho tido bastante tempo para pensar nele mesmo. Não em Borges. Mas no tempo. Ultimamente, a passagem do tempo tem me trazido ansiedade. Almejo que tudo passe logo, para voltar àquele status quo. Trabalho normal, vida corrida. Aquele em que o tempo passa tão rapidamente que nosso anseio se torna justamente o contrário – que ele demore mais. Normalmente, a passagem do tempo não é muito querida. Exceto quando em quarentena e durante alguma aula chata de matemática. E – de acordo com o senso comum – com whiskies. É que muita gente acha que idade é sinônimo de qualidade em whisky. Mas este pensamento está absolutamente equivocado. Há características sensoriais de whiskies jovens que são praticamente irreplicáveis em whiskies mais maturados. A turfa, por exemplo. Whiskies turfados são, sensorialmente, muito mais turfados quando há pouca maturação. A influência sensorial da turfa […]