Drink Drops – El Imigrante – Finalista do Bacardi Legacy 2018

Vou fazer um pequeno intervalo para falar de uma coisa que tangencia o mundo do whisky. Coquetelaria. E rum.

Você provavelmente sabe o que é um Old Fashioned. Ou um Mojito. Um Negroni, ou seu primo Boulevardier. Certamente já experimentou um Dry Martini e provavelmente já discutiu com alguém sobre a receita correta. Estes são coquetéis clássicos, conhecidos por todos, que ao longo de muitos anos galgaram fama internacional e quase irrestrita.

Criar um destes, um coquetel que atravessa fronteiras, tanto territoriais quanto temporais – um verdadeiro coquetel do mundo – não é nada fácil. Mas é justamente isso que propõe o campeonato Bacardi Legacy, do qual o bartender Ernesto “Nica” Elizondo foi finalista brasileiro, com seu El Imigrante.

O Bacardi Legacy é um campeonato de coquetelaria internacional, que desafia os bartenders de todo o mundo a criarem o coquetel que tenha o maior potencial de se estabelecer como um clássico e deixando seu legado na coquetelaria, ao lado de drinks como o Daiquiri, Mojito, Cuba Libre e inúmeros outros clássico originalmente criado com rum Bacardi.

Nesta segunda-feira, este Cão teve a oportunidade de conversar com Ernesto Elizondo, e aprender um pouco mais sobre El Imigrante. De acordo com Nica, que é nicaraguense, o El Imigrante conta um pouco de sua história, bem como a de Facundo Bacardi. “A história da família Bacardi é muito ligada à imigração” explica Elizondo. “Em muitos momentos, foram forçados a sair de onde estavam. Facundo Bacardi imigrou para Cuba, e lá começou a Bacardi, mas muitos anos depois, seus descendentes se viram obrigados a abandonar o país e estabelecer a vida e empresa em outro lugar.

Nica e seu El Imigrante

E completa. “Isso colidiu com o fato de que recentemente tem havido muitas conversas sobre o tema da imigração. E pensei que poderia, com meu trabalho, mostrar o lado positivo da imigração – a troca de ideias e de culturas, aquilo que é criado por imigrantes e que faz a diferença. E arremata com uma frase de efeito “em um mundo sem fronteiras, somos todos imigrantes“.

Segundo Nica, a receita foi criada com base em um conceito. São bases de países diferentes, que – ressaltando a diversidade trazida pela imigração – combinadas, resultam no coquetel. Há um elemento amargo, outro adocicado e um cítrico. Cada pessoa sentirá a predominância daquilo que lhe agrada mais.

Se você ainda não teve oportunidade de provar El Imigrante, ainda há tempo. Até o final de abril, o drink será servido em diversas casas de São Paulo, dentre elas o Riviera Bar, onde Nica trabalha. Mas, se preferir, poderá optar por tentar reproduzir a receita em casa.

Aliás, essa é uma característica dos clássicos. Os ingredientes são simples, mas quando combinados, levam a um resultado muito maior do que a soma das partes. Algo que acontece também com a cultura cosmopolita, sempre influenciada pela imigração. E, é claro o El Imigrante.

EL IMIGRANTE

INGREDIENTES

  • 50 ml de Bacardi Carta Blanca
  • 15 ml de Martini Bitter
  • 15 ml de Martini Rosso
  • 15 ml de limão sicilian
  • 15 ml de xarope de açúcar

PREPARO

  1. Em um copo long drink, adicione todos os ingredientes. Complete com gelo britado até o topo.
  2. Com cuidado, coloque uma colher bailarina – dessa vez tem que ser uma de verdade, meus caros. Gire a colher rapidamente entre as duas mãos, diluindo e gelando o coquetel. Depois, adicione mais gelo britado, meia fatia de laranja e um ramo de manjericão.

4 thoughts on “Drink Drops – El Imigrante – Finalista do Bacardi Legacy 2018

  1. Cão sempre fico muito feliz quando três drinques da minha terra de origem tem esse grande reconhecimento mundial (Mojito, Daiquiri y Cuba Libre). Com certeza este final de semana vou experimentar esse ‘El Emigrantre”
    Mas cá entre nós, acredito e sem chovinismo claro, que com um Havana Club Carta Blanca Anejo 3 anos o drinque deve ser bem melhor.
    Muito obrigado como sempre por mais um excelente post
    Grande abraço

    1. Hahah Fala Alfredo! Pois é, meu caro. Cuba responde por muitos coquetéis clássicos!

      Sobre o uso do Havana, talvez. Vale testar (leia-se, vou testar). as acho que talvez roubaria um pouco da leveza e do frescor do coquetel. Se tentar, me conta as suas impressões também.

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