Whiskies para dar de presente – Edição 2021

Eu até tento fugir, mas o fim do ano me persegue. Desta vez, foi meu Spotify. As musicas que você mais curtiu este ano, todas reunidas em uma só playlist. O ano é de dois mil e vinte e um, mas minha seleção musical reminesce de algum ponto entre noventa e nove e setenta e cinco. Noventa e nove e setenta e cinco para um redneck americano recém-mudado para Louisiana, bêbado, irritado e obeso.

Esses dias, inclusive, comentei isso com minha querida Cã. Há uma pletora – para usar uma palavra incomum – de motivos que me fizeram casar com ela. Mas, o gosto musical certamente não foi um deles. Não há sequer um único ponto de tangência entre nossas mais ouvidas. Tudo bem, exceto por algum protesto durante uma eventual viagem de carro, isso não nos preocupa. Somos pessoas maduras. Mais ou menos.

E já que o tom aqui é de maturidade, listas e final de ano, vamos ao tema perfeito desta matéria. Um apanhado de presentes para os apaixonados por whisky. Separei aqui alguns dos mais importantes lançamentos deste ano. Uma lista que não tem a pretensão de ser exaustiva, obviamente – mas vocês já sabem e não ligam pra isso, porque somos maduros, como eu já disse. Foi um ano agitado para o fígado dos apaixonados pela melhor bebida do mundo.

Os whiskies foram separados por ordem de preço, do mais caro pro mais barato, porque eu quero que você leia até o final.

ROYAL SALUTE POLO ESTANCIA

Uma edição limitada de um Blended whisky com 21 anos de idade mínima, finalizado em barris de vinho malbec argentino. A garrafa, de cor terracota, se junta a um estojo ilustrado pelo artista Charlie Davis, num visual elegante mas sem afetação. O tema é igualmente elegante – o polo equestre argentino.

De acordo com Sandy Hyslop, master blender da Royal Salute “Para esta expressão singular, integramos perfeitamente os sabores robustos e altamente reconhecíveis dos barris de vinho Malbec com nossos delicados whiskies de 21 anos – uma tarefa que requer cuidado e atenção constantes” e continua “O Royal Salute Polo Estancia Edition” é um blended whisky excepcional (…) onde apenas os melhores barris de vinho malbec argentinos foram usados para finalização. A incorporação desta finalização em vinho Malbec não apenas nos permitiu dar ao blend uma nova dimensão, mas também ajudou a contar a história do lifestyle do polo argentino de uma forma multifacetada. “

A venda no Drinks&Co e varejistas selecionados. Para saber mais clique aqui.

MACALLAN DOUBLE CASK 12 ANOS

Este não é exatamente uma novidade. Minha vontade seria recomendar o recém-lançado Edition 6. Este, porém, sublimou das prateleiras das lojas em menos de um mês. E de nada adianta recomendar aqui algo que não pode ser comprado por ninguém. Então, à moda de minha playlist do spotify, voltei meus olhos para os clássicos. Mas clássicos revisitados. Como o The MAcallan Double Cask 12 anos – o mais jovem da linha Double Cask, que agora conta também com as expressões de 15 e 18 anos à venda no Brasil.

O Macallan Double Cask 12 anos é maturado em dois tipos distintos de barricas, ambas “temperadas” – nas palavras da destilaria – com vinho jerez espanhol. Barris de carvalho americano e carvalho europeu. Isso se traduz como um whisky adocicado e frutado no começo, que, progressivamente vai se tornando mais seco e apimentado no paladar. É o DNA clássico da The Macallan. Para saber mais, clica aqui.

BOWMORE 12 ANOS

Esta lista jamais estaria completa sem o Bowmore 12 anos. Recém chegado ao Brasil, é um single malt defumado, mas elegante e sofisticado. Ele é indiscutivelmente um single malt de Islay. Todas as credenciais estão lá: enfumaçado, medicinal e iodado. Mas, há também espaço para que o barril brilhe, e um equilíbrio que perigosamente te convida para o próximo gole. É uma das destilarias favoritas deste canídeo que vos escreve, e um lançamento há muito antecipado.

O Bowmore 12 anos é maturado principalmente em barricas de carvalho americano que antes contiveram bourbon whiskey. E ainda que a influência vínica pela qual os Bowmore sejam admirados não esteja lá – ao menos não escancarada – o Bowmore 12 anos traz a mesma genética de sofisticação de seus irmãos mais maturados. Quer saber mais sobre essa maravilha? Então clica aqui.

LAMAS CALEDONIA III

O Lamas Caledonia III é fruto da terceira colaboração entre a destilaria Lamas, de Minas Gerais, e o nosso querido bar de São Paulo, o Caledonia Whisky & Co. Nas primeiras duas edições, a fumaça estava em evidência. Já o Lamas Caledonia III é um pouco diferente dos dois últimos single malts. Na verdade, um pouco não. O oposto. Mantivemos a maturação em vinho licoroso, mas invertemos a base. Agora, o que está mais em evidência é a porção não enfumaçada – com apenas um toque de fumaça no background. Ele utiliza 80% de malte tradicional, e 20% de malte defumado. Aqui, a defumação não é o tema, mas, tão somente, o tempero.

Como a maior parcela é composta de malte não defumado, a Lamas caprichou na maturação. Aqui, a finalização em barricas de vinho licoroso é realmente longa, especialmente para padrões brasileiros. Dezoito meses ao todo. Assim, a parcela não enfumaçada não é apenas um Lamas Verus. Mas, um whisky mais maturado, que pende para as notas frutadas e apimentadas do carvalho europeu – algo que foi muito bem vindo por conta da graduação alcoólica de 50%.

A venda no Caledonia Whisky&Co

JOHNNIE BLONDE

De acordo com a Johnnie Walker, numa declaração um pouco lacônica “O Johnnie Blonde é feito usando trigo e whiskies de malte com perfil frutado. Maturado em carvalho americano doce, o resultado é um whisky cheio de sabores vívidos e vibrantes“. A maturação dos componentes do Johnnie Blonde acontece em barris de carvalho americano. É isto, somado ao whisky de grão utilizado, que traz suavidade e dulçor para o blend. É adocicado, com um fundo de mel e caramelo claros, e com pouca ou nenhuma defumação.

O Johnnie Blonde foi concebido pelo blender George Harper para ser utilizado em coquetéis de baixa graduação alcoólica, como collins e highballs. O site oficial da marca declara que “para os apaixonados por whisky curiosos, ou os que não bebem whisky, Johnnie Blonde é uma doce surpresa que irá confundir seus sentidos. Feito para ser misturado, ele desabrocha para vida com a intensidade cítrica de uma limonada, combinada com uma fatia de laranja“.

A venda no TheBar.

4 thoughts on “Whiskies para dar de presente – Edição 2021

  1. Nunca entendi por que a marca abandonou o elegante saquinho de veludo ! Ficaria linda a garrafa de Royal “argentina” numa “camisola vermelha” ! Será que volta os saquinhos de veludo do Royal Salute ? Será que foi para “economizar custos” num produto tão caro e exclusivo ?

    1. Opa, fala mestre. O saquinho foi uma escolha de design, não custo. A atual embalagem é bem cara também. Mas, a ideia é valorizar a garrafa de ceramica em si, que ficava escondida dentro do saquinho. Eu acho as imagens desenhadas pela Kristjana maravilhosas, e ficaram imponentes e bem atuais 🙂

  2. Achei interessante os comentarios sobre o blend do Johnnie Blonde. Uma duvida que eu tenho: ouço dizer que um Blend Whisky tem por volta de 30% de single malt e os demais são grain whisky. Mas nessa porçãode grain whisky, é comum ter destilado de cevada maltada??? Pois se este malt whisky for destilado num destilador continuo, ele não é declarado “single malt” entao por consequencia entraria na parcela “grain”.
    Assim como é comum conhecer a receita do mosto dos bourbons, eu fico super interessado em entender composição dos Blends:

    1. Vitorio, tudo? Pergunta otima.

      Na verdade a palavra “single” se refere a “unica” destilaria, não “unico” grão. Então, “single grains” sempre terão mais de um grão, sendo que, em parte, estes grãos serão mto provavelmente cevada maltada, porque ela auxilia no processo de sacarificação dos demias grãos. Você não conta a cevada maltada dentro do percentual porque não é a mesma mostura (o mesmo cozimento, batelada). Mas mesmo assim, seria uma diferença pequena.

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