Da Arqueologia e Evolução – Glenmorangie Lasanta

Essa semana fiz uma descoberta arqueológica em minha dispensa. Encontrei lá, escondido, num cantinho, atrás das caixas de Macallan Ruby e Glenlivet 18 anos, um panetone. Fechado, na caixa. Totalmente intocado. Uma reminiscência do de nosso último natal. Visualmente, estava intacto, ainda que aparentasse levemente ressecado. Não sei o que me levou a fazer isto. Mas, quando menos percebi, já provava um pedaço. E estava horrível. Não bastasse o leve aroma de gorgonzola que aquela peça arqueológica exalava, havia um exagero de frutas cristalizadas. Não passas. Eu até gosto de uvas passas. Mas uns perdigotos de frutas inominadas. Recobrei minha razão com a primeira mordida. Sério. Quem poderia, em sã consciência, colocar tantas frutas assim num panetone? O pior é […]

Drops – Glenmorangie Pride 1981

  Aí vai um whisky despretensioso para sua tarde de quarta-feira. Este é o Glenmorangie Pride 1981, maturado por 28 anos, uma das mais exclusivas e cobiçadas expressões da destilaria de Tain. A maturação do Glenmorangie Pride ocorreu em duas etapas. Em 1981, seu precioso líquido foi destilado e colocado em barricas de carvalho americano que antes contiveram bourbon whiskey. Segundo Bill Lumsden, master distiller da Glenmorangie, a ideia teria sido produzir uma edição especial, maturada por 18 anos. Entretanto, em 1999, a Glenmorangie adquiriu uma pequena quantidade de barricas de carvalho que antes teriam sido usadas para envelhecer um dos mais famosos e caros vinhos sauternes do mundo, o Chateau D’Yquem. Ou seja, joias em forma de barril. Na […]

Drops – Glenmorangie 18 Anos Extremely Rare

O que você faria ao se deparar com uma garrafa cujo rótulo diz “extremely rare” ou “extremamente raro”? Bem, este é o caso do Glenmorangie 18 anos, produzido pela destilaria homônima localizada em Tain, na Escócia. E tudo bem que fora de nosso país ele nem seja tão raro assim. Mas continua sendo uma preciosidade. O Glenmorangie 18 anos é maturado em uma combinação de barricas de carvalho americano que antes continham bourbon whisky, e de carvalho europeu, que maturaram vinho jerez. O processo consiste em maturar por quinze anos o destilado em barricas de ex-bourbon, e depois transferir aproximadamente 30% dele para barricas de ex-jerez. As duas partes então passam mais três anos nas diferentes barricas, até serem reunidas para […]

O Cão Sofisticado – Glenmorangie Signet

Janeiro é incrível. Há menos trânsito e menos trabalho. Pode-se ir aos restaurantes que você sempre quis ir e não pegar fila. Combinar compromissos com quinze minutos de diferença e ainda assim chegar adiantado. Janeiro é meu mês preferido do ano. De longe. Exceto por um detalhe. Janeiro também é o mês do meu aniversário. Fazer aniversário em janeiro é um saco. Primeiro porque organizar uma festa é uma receita certeira para um fracasso leviatanesco. Todo mundo que você conhece está viajando. Além de que, se você nasceu muito próximo do começo do mês, como eu, existem chances reais de ganhar apenas um presente. Um presente válido para o natal e para seu aniversário. E tudo bem se o presente […]

Drops – Old Pulteney 12 anos

Você já experimentou um whisky salgado? Então conheça o Old Pulteney. Sua destilaria, conhecida como a destilaria mais ao norte na porção “continental” da Escócia, fica na cidade de Wick. Existe uma discussão séria sobre a origem do sabor salgado do Old Pulteney. Muitos afirmam que advém de sua maturação. Ele seria o resultado de anos e anos de ondas quebrando no litoral rochoso, ao lado da destilaria, e do efeito da maresia nos barris. Entretanto, os mais céticos afirmam que, para que fosse possível efetivamente sentir sabor de sal, seria necessário adicionar litros e litros de água salgada diretamente dentro de cada barril. Para estes, o gosto salgado do Old Pulteney não é sal. O old Pulteney é um […]

Um Não Post / Sobre a Inércia – Glenmorangie Nectar D’Or

  Há dias que realmente não queremos fazer absolutamente nada. Ontem foi um desses. Deitado no sofá, estava eu com uma preguiça petrificante de escrever um post. Eram cinco horas da tarde e eu pensava em tudo aquilo que poderia fazer, caso somente tivesse energia para levantar daquele meu leito. Sem mover sequer um milímetro de qualquer membro de meu corpo, pensava que poderia ir à academia, afinal, não corria há uma semana, e precisava me exercitar. Poderia também cozinhar alguma coisa. Havia comprado ovos, pancetta e uma caixa de spaghettini no supermercado, e com alguma disposição e um pouco de auxílio do mundo digital, poderia improvisar um carbonara para o jantar da Cã e da Cãzinha. Mas não. Porque […]

Febre de Consumo – Dalmore 15 anos

Existem várias atividades que me proporcionam sentimentos conflitantes. Um deles é fazer exercício. Por mais que eu deteste qualquer tipo de esforço, sei que, para um Cão como eu, correr é essencial para a saúde. Além disso, tenho que admitir: depois de uns vinte minutos de trote rápido, a sensação é quase boa. Quase. Porque bom mesmo é tomar whisky e fumar charuto. Pensando bem, fazer exercício está, no máximo, no nível “recompensador” da escala de prazer deste Cão. Outra dessas atividades é ir ao supermercado. Assim como correr, ir ao supermercado é uma obrigação inevitável. Inevitável principalmente quando a Sra. “Cã” Engarrafada, solicita, com a suavidade de uma voadora no rim, que eu compre mantimentos para nosso lar. Pensando […]

Serendipidade – Glenglassaugh Revival

A língua portuguesa é fascinante. Para tudo há uma palavra. Algumas, inclusive, que são absolutamente redundantes, específicas e sem utilidade. Uma delas é “defenestrar”. Defenestrar é o ato de atirar algo por uma janela. Não basta jogar longe. E não vale ser através de uma porta também. Tem que haver uma janela envolvida. Defenestrar, assim, é uma palavra inútil. Primeiro porque quase ninguém sabe o ela significa. Depois, simplesmente porque não há dificuldade nenhuma em construir uma frase dizendo que algo foi lançado por uma janela. Aliás, é pior usar a palavra “defenestrar” para depois ter que explicar seu significado, do que simplesmente dizer que jogou certa coisa pela janela. Outra palavra mais específica ainda é serendipidade. Ou serendiptismo. Ou serendipitia. Serendipidade […]

Glenmorangie Quinta Ruban

Às vezes fico pensando sobre invenções e descobertas improváveis. Uma das que mais me fascina é o sabonete. Em algum lugar da história, um fenício achou que seria uma ideia razoável ferver cinzas de madeira com banha de cabra. Sério – o cara ferveu banha de um caprino e resolveu que aquilo seria um produto apropriado para limpar o chão da casa dele. Ou pior ainda, o próprio corpo. Ele era absolutamente desajustado. E genial. Tudo bem, o fogo foi uma descoberta incrível. O primeiro hominídeo que resolveu bater duas pedras, ou esfregar um graveto no outro era um cara iluminado. Ou estava terrivelmente entediado, porque não vejo nenhuma boa razão para passar horas batendo uma pedra na outra. Mas […]